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CNPT apresenta resultados de pesquisas durante encontro no Nordeste
Pesquisas foram desenvolvidas no âmbito dos Editais da Dibio 2011 e 2012, com apoio financeiro do PNUD
Brasília (14/11/2013) – O VII Encontro Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia, realizado na cidade de Penedo (AL), contou com a participação de analistas ambientais do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Etnobiologia e Etnoecologia são ciências que investigam as interrelações entre as pessoas e o ambiente no qual estão inseridas. Pesquisas nessas áreas do conhecimento estudam os aspectos cognitivos (saberes), ideológicos (visões de mundo) e comportamentais (práticas de uso) dos recursos naturais pelas populações locais. A palestra de abertura do evento, intitulada "Etnoconservação da biodiversidade", foi proferida por José Geraldo Wanderlei Marques, pesquisador da Universidade Estadual de Feira de Santana, que, ao término de sua explanação, recebeu homenagem por sua relevante contribuição ao desenvolvimento das ciências socioambientais no Brasil. O VII Encontro foi ainda palco de lançamento de livros relacionados ao tema do evento e apresentações culturais de grupos de teatro, música e dança regionais.
Durante o evento, cujo tema foi "Um olhar interdisciplinar diante dos conflitos socioambientais", o analista ambiental Marcelo Vidal, do CNPT/Sede, apresentou os painéis "Turismo Interativo com fauna silvestre em unidades de conservação no baixo rio Negro", que identifica as espécies da fauna silvestre utilizadas em atividades turísticas oferecidas por empreendimentos situados em quatro UC no baixo rio Negro (AM) e os impactos positivos e negativos deste modelo de turismo, e "Quelônios e usinas hidrelétricas do Tapajós", que apresenta o levantamento das espécies de quelônios, seus usos e conhecimentos por populações humanas em áreas situadas no interior e entorno do Parque Nacional da Amazônia e da Floresta Nacional de Itaituba II, duas das seis UC que serão afetadas pela construção do Complexo de Usinas Hidrelétricas do Tapajós.
Além dele, as analistas Rosenil de Oliveira e Cláudia Cunha, da Base Acre, apresentaram o painel "Etnomedicina em unidades de conservação amazônicas", cuja pesquisa descreve práticas etnomedicinais dos moradores residentes no interior e no entorno das florestas nacionais do Macauã e de São Francisco e das reservas extrativistas do Cazumbá-Iracema e Alto Tarauacá, no estado do Acre, associando essa prática cultural à caça de subsistência realizada por esses moradores. As pesquisas que originaram os trabalhos apresentados contaram com parceiros como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/AC), Universidade Federal do Acre (UFAC), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Parque Nacional de Anavilhanas, e foram desenvolvidas no âmbito dos Editais da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (Dibio/ICMBio) 2011 e 2012, com apoio financeiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Segundo Kátia Barros, coordenadora do CNPT, "existem inúmeros conflitos relacionados ao uso de recursos naturais pelos diferentes atores interessados, como aqueles que envolvem representantes de comunidades ribeirinhas e quilombolas e o poder público, que não conseguem muitas vezes estabelecer diálogos para otimização dos processos de conservação da biodiversidade, assegurando a manutenção dos modos de vida destes povos e comunidades tradicionais. Desta forma, o Encontro Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia representou amplo espaço para a apresentação e discussão de pesquisas e demandas relacionadas ao tema do evento".
Comunicação ICMBio
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