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Clima e mais investimentos contribuem para reduzir incêndios florestais em 2011
Investimentos já estão em R$ 16 milhões em prevenção e combate aos incêndios florestais este ano
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Brasília (29/09/2011) – As Unidades de Conservação federais sentiram menos com os incêndios florestais este ano, em comparação a 2010. Do total de unidades que historicamente pegam fogo, pelo clima e condições em que se encontram, apenas 3,4 % da área total delas foram incendiadas. Em 2010 esse percentual foi de 9,5%.
O resultado colhido é fruto de uma fórmula variável: clima mais investimentos. Independente do primeiro (clima), os incêndios têm recebido atenção do governo federal e recebido investimentos cada vez mais fortes na prevenção e combate dentro de Unidades de Conservação federais.
“Somente este ano, até o momento, já investimos nas UCs R$ 16 milhões em prevenção e combate aos incêndios florestais. Em 2010 esse valor foi de 18 milhões, um ano mais delicado pelas condições climáticas. O foco, como sempre, são as ações de apoio e combate aéreo, aquisição de EPIs e equipamentos”, destaca o coordenador geral de Proteção Ambiental do ICMBio, Paulo Carneiro.
Para o coordenador de Emergências Ambientais, Christian Berlinck, houve uma condição climática mais favorável este ano. “Sabemos que mesmo as chuvas tendo se prolongado por um pouco mais de tempo (até julho/agosto), tivemos 100 dias sem chuvas no Centro-oeste e umidade próxima a 7%”, frisa o coodenador.
Para ele, a estruturação das 11 Bases Operativas de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e das brigadas nas 99 Unidades de Conservação mais críticas, tem levado o Instituto rumo a uma excelência no combate aos incêndios.
“O grande diferencial tem sido a descentralização nas ações, tanto pelas Unidades de Conservação chaves quanto pelas Bases Operativas. O trabalho dessas bases no combate aos incêndios, assim que começam, está muito integrado. Algumas delas fizeram contatos diretos com Polícia Federal (perícia) e buscaram se mobilizar rapidamente, como Floresta Nacional do Jamari, Parques Nacionais da Serra do Cipó, do Descobrimento e Chapada Diamantina”, destaca Berlinck.
Ao todo 1.631 brigadistas foram contratados este ano para atuar nas 98 Unidades de Conservação que tem histórico de incêndios. E a contratação desse pessoal, mesmo sendo temporária para as épocas de seca, enseja investimentos específicos.
A média é de aproximadamente R$ 10 milhões por ano gastos no pagamento de salários para esses brigadistas. O Instituto conta, ainda, com cerca de 300 brigadistas voluntários distribuídos em várias Unidades, destacando-se os Parques Nacionais da Chapada Diamantina, Veadeiros, Cipó e Caparaó.
Somente este ano foram adquiridos e entregues, pelo Instituto às brigadas, 59 moto-bombas (usadas para puxar a água de rios próximos e abastecer reservatórios mais próximos aos incêndios), 434 bombas costais (usadas nas costas dos brigadistas no combate direto ao fogo).
Outros equipamentos comprados foram 50 roçadeiras e 35 motoserras (usadas para corte de árvores em chamas, acesso mais rápido ao incêndio além de ajudar na formação de linhas de controle, reduzindo a vegetação e proporcionando maior agilidade no combate).
Foram adquiridos, ainda, 12 veículos especiais e um caminhão de transporte de brigadistas. “Estamos trabalhando para adquirir mais moto-bombas para as Ucs que recebem recursos advindos da compensação ambiental. Nossa meta é ampliar ainda mais os insumos que ajudem no combate aos incêndios a cada ano”, frisa o analista ambiental da Coordenação de Proteção do ICMBio, Luciano Petribu.
E quando o assutno é prevenção, o Instituto Chico Mendes conseguiu construir este ano 1600 km de aceiros, espécie de desbaste de áreas e matas que visam impedir a propagação dos incêndios para dentro de uma Unidade de Conservação, protegendo-a.
No rastro do fogo
Somente em 2010, o ICMBio aplicou aproximadamente R$ 42 milhões em multas administrativas para os reponsáveis identificados pelos incêndios em Unidades de Conservação federais. Os dados de 2011 só estarão consolidados ao término das ações de combate.
Do total dos incêndios deste ano apenas três foram naturais, um ocorrido na APA da Serra da Mantiqueira/MG e dois no Parna da Chapada dos Guimarães/MT. O restante, segundo informações da Coordenação Geral de Proteção Ambiental do ICMBio, foram criminosos.
Os rastros dos infratores ficam, e durante as ações de combate são encontrados o que as brigadas de incêndios denominam 'mecanismos de ignição do fogo', como velas, encontradas no Parna do Itatiais/RJ, cigarro com pólvora e pavio, achados no Parna da Chapada dos Guimarães/MT, tocha, no Parna Grande Sertão Veredas/MG e pedaços de madeira dentro de garrafa de plástico, no Parna dos Campos Amazônicos/AM.
“Os mecanismos de ignição são encontrados nos momentos de combate e nas ações das perícias, feitas para identifcar as causas e origens dos incêndios. Essa tarefa integra parte do processo de responsabilização pelo incêndio criminoso”, frisa Berlinck.
Ascom/ICMBio
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