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No dia da limpeza, 5 metros cúbicos de lixo são retirados da Rebio Arvoredo
Ação mobilizou voluntários e mergulhadores em dez embarcações
Brasília (22/11/2012) – Um dos maiores paraísos ecológicos do Brasil, a Reserva Biológica (Rebio) Marinha do Arvoredo, entre Florianópolis e Bombinhas, em Santa Catarina, teve um dia de limpeza na quarta-feira (21). Foi o Clean Up Day, realizado pela primeira vez no santuário natural. Ao todo, foram recolhidos cinco metros cúbicos de lixo – o equivalente a cinco caixas d'água de mil litros. Equipes de reportagem do Diário Catarinense e das TVs RBS, Record e SBT acompanharam os trabalhos.
Promovido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio da Polícia Federal, Ministério Público Federal, Marinha do Brasil e a Associação das Escolas e Operadoras de Mergulho de Santa Catarina (Aeomesc), o dia da limpeza começou às 9h e reuniu dez embarcações, entre botes infláveis, lanchas e traineiras de mergulho. Todos unidos para limpar as águas, onde vivem espécies de peixes coloridos como o frade, a donzelinha, sargentinho e salema, além de corais raros.
Cadeira e até porta de geladeira
Parte da equipe limpou os costões, onde foram encontrados muitas garrafas pet, galões de combustível, sacos plásticos, pedaços de redes, cabos, isopores e até uma cadeira. Mergulhadores desceram a mais de 20 metros de profundidade no mar em torno da ilha para retirar muitas linhas e redes de pesca, além de garrafas de vidro, pneus, âncoras e até uma porta de geladeira, trazidas pelas correntezas ou por embarcações que entram escondidas na área proibida.
“Encontramos até uma rede de 15 metros preso no fundo do mar. Chamamos de rede fantasma, pois fica constantemente matando os peixes do costão, que se enroscam e não conseguem mais sair. A tartaruga verde é outra vítima do lixo, pois acaba comendo sacos plásticos, o que entope o trato digestivo dela e mata”, disse o analista ambiental do ICMBio, Leandro Zago da Silva.
Segundo o chefe da reserva, Ricardo Castelli, a ideia é realizar o dia da limpeza a cada três meses. Após quatro horas de força-tarefa, o lixo recolhido foi encaminhado ao setor de reciclagem da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap).
A região da Ilha do Arvoredo, com 17,6 mil hectares — equivalente a 16 campos de futebol – foi oficializada como reserva em março de 1990. É uma das duas reservas biológicas com conservação exclusivamente marinha no país. A outra é o Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte.
Correntes marinhas
Segundo os gestores da Rebio, o lixo que chega à ilha é trazido principalmente pelas correntes marítimas e se acumula nas enseadas mais calmas, como a do Rancho Norte, uma das áreas onde foi feita a limpeza do costão rochoso. Outra origem são os barcos de pesca que navegam ilegalmente pela região da reserva e acabam deixando para trás restos de apetrechos de pesca e os mais diversos dejetos.
Ainda segundo eles, um dos maiores impactos associados a isso são as redes presas no fundo do mar, que acabam atuando como "redes fantasmas", pois continuam matando peixes de costões rochosos, que se enroscam e não conseguem mais sair.
O dia da limpeza foi divulgado pelos principais meios de comunicação de Santa Catarina, tendo boa repercussão. Com isso, os gestores do ICMBio esperam sensibilizar a população local no sentido de evitar jogar lixo nas praias e rios, além de compreender a importância da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo para a preservação da biodiversidade marinha da região.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280