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Cientistas descobrem nova espécie de réptil
Publicado em
30/01/2020 14h12
Atualizado em
04/02/2020 14h26
Conhecida popularmente como cobra de duas cabeças, espécie vive enterrada no solo.
Anfisbenas não são peçonhentas ou venenosas, e não oferecem nenhum tipo de perigo. (Foto:Acervo/ICMBio)
Uma parceria entre professores/cientistas de três universidades federais brasileiras resultou na descoberta de um tipo de réptil curioso, uma nova espécie de anfisbena, ou como é conhecida popularmente, cobra-de-duas-cabeças. A espécie foi descoberta no estado da Bahia, no bioma da Caatinga. Apesar do nome popular, esse animal não é uma serpente nem possui duas cabeças.
Os herpetólogos – especialistas que estudam anfíbios e répteis – chamam as cobras-de-duas-cabeças de anfisbena, nome de origem grega que quer dizer “que anda para os dois lados” e faz referência a uma criatura da mitologia grega.
Segundo o Dr. Leonardo Ribeiro, professor na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e coordenador do estudo, as anfisbenas não são peçonhentas ou venenosas, e não oferecem nenhum tipo de perigo. O artigo científico descrevendo a descoberta da nova espécie foi publicado em janeiro no periódico internacional Journal of Herpetology, editado pela Sociedade para o Estudo de Anfíbios e Répteis (Society for the Study of Amphibians and Reptiles - SSAR), considerada a maior sociedade herpetológica internacional, com sede nos Estados Unidos.
O nome científico da nova espécie é Amphisbaena acangaoba. Acangaoba é uma palavra de origem na língua indígena Tupi e se refere aos diversos adornos usados na cabeça durante o cotidiano dos indígenas brasileiros. O nome surgiu devido à espécie possuir um conjunto de escamas no topo da cabeça que lhe dá a aparência de usar um capacete. Por isso, os pesquisadores sugerem nomeá-la popularmente como anfisbena-de-capacete. Dessa forma, o nome além de ser uma homenagem à numerosa população indígena brasileira, também é uma forma de chamar a atenção para a situação desses povos que continuam sofrendo com a destruição dos ambientes naturais e os conflitos com invasores nas reservas em que habitam.
O animal foi descoberto enquanto o Dr. Ribeiro estudava espécimes depositados na coleção herpetológica da UNIVASF, na região dos municípios de Umburanas e Sento Sé. Em abril de 2018, a área onde a nova espécie foi descoberta se tornou oficialmente parte da Área de Proteção Ambiental Boqueirão da Onça, criada pelo ICMBio. A nova descoberta ressalta a importância da região como um grande santuário da biodiversidade da Caatinga.
Com a nova descoberta, chega a 27 o número de espécies de anfisbenas na Caatinga. No Brasil, são conhecidas mais de 800 espécies de répteis, sendo que destas, cerca de 80 são de anfisbenas. O país ocupa a 3º colocação mundial no número de espécies de répteis, atrás somente da Austrália (cerca de 1.100 espécies) e do México (cerca de 950 espécies).
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