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Cemave realiza 3ª expedição de captura de aves limícolas
A expedição teve como objetivo capturar, marcar e investigar as aves migratórias no período de sua chegada ao hemisfério sul
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e pesquisadores colaboradores do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NUPEM/UFRJ) e do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP) realizaram a 3ª Expedição de Captura de Aves Limícolas (espécies que vivem nas zonas húmidas costeiras, como estuários e lagos) no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, no Rio de Janeiro. A expedição teve como objetivo capturar, marcar e investigar as aves migratórias no período de sua chegada ao hemisfério sul. As aves capturadas foram marcadas com anilhas metálicas e bandeirolas e tiveram coletados dados biométricos e amostras biológicas (sangue e penas) que serão utilizadas para pesquisas de contaminantes, virológicas e para avaliação do estado de saúde das aves. O registro das aves marcadas com anilhas e bandeirolas é importante para conhecer melhor as aves e seu deslocamento. Segundo o presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, o monitoramento no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e em outros faz parte de um esforço para a conservação dos habitats das aves limícolas.
A expedição também visa avançar no conhecimento das aves aquáticas, uso dos habitats na unidade de conservação, contribuir na formação de recursos humanos para a pesquisa e conservação de aves (em especial nas técnicas de captura e marcação), coletar amostras biológicas para estudos e gerar informação para a gestão do Parque para contribuir com os seus objetivos de conservação e de uso público. A expedição, que ocorreu de 30 de setembro a 6 de outubro, faz parte do monitoramento de espécies prioritárias do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF/MAR) e conta com o apoio da unidade de conservação.
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é um importante ponto de parada das aves limícolas migratórias em sua migração do Ártico para os sítios de invernada no hemisfério sul, e de abastecimento prévio antes das longas jornadas para retorno ao Ártico no período reprodutivo. O final de setembro marca o início da chegada das aves limícolas no Brasil. Durante a expedição, foram registrados grupos mistos de até 120 indivíduos de cada uma das seguintes espécies migratórias: maçarico-grande-da-perna-amarela (
Tringa melanoleuca
), Baituruçu-de-axila-preta (
Pluvialis squatarola
), Baituruçu (
Pluvialis dominica
), Maçarico-pequeno-da-perna-amarela (
Tringa flavipes
), maçarico-branco (
Calidris alba
), maçarico-de-sobre-branco (
Calidris fuscicollis
), vira-pedras (
Arenaria interpres
), maçarico-de-peito-vermelho (
Calidris canutus
) e batuíra-de-bando (
Charadrius semipalmatus
).
Entre as espécies residentes, o pernilongo-de-costas-brancas (
Himantopus melanurus
) foi o mais abundante (registrado no período diurno e noturno e em nidificação) e a batuíra-de-colar (
Charadrius collaris
), avistando um indivíduo adulto com dois ninhegos/jovens nas margens da lagoa Pires, confirmando a reprodução da espécie no Parque. As aves limícolas migratórias são um grupo de diversas espécies de maçaricos, batuíras e narcejas que migram anualmente de um hemisfério ao outro e têm no Brasil importantes áreas de invernada e de parada na rota migratória. São espécies fabulosas pela sua capacidade e resistência ao migrar, estando entre os vertebrados capazes de realizar os maiores deslocamentos entre os seres vivos. Elas enfrentam inúmeras ameaças ao longo das migrações que vão desde tempestades e fenômenos naturais até causas antropogênicas como a poluição do mar e das praias e degradação dos seus sítios de parada e invernada. Essas aves são protegidas por acordos internacionais e no Brasil existe o
Plano Nacional (PAN) para a Conservação das Aves Limícolas Migratórias
.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados:
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280