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Cemave debate conservação de aves limícolas migratórias
Entre as espécies, estão os maçaricos e as populares batuíras
Victor Souza
victor.souza@icmbio.gov.br
Brasília (04/12/2012) – O Centro de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) promove até a próxima sexta-feira (7), na sede da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa (PB), workshop sobre conservação de aves limícolas migratórias. O Cemave é um dos 11 centros especializados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Aves limícolas são aquelas que dependem de ambientes úmidos e buscam alimento nas zonas entre-marés e margens de ecossistemas aquáticos, especialmente lagunas costeiras e estuários, muito embora possam ocupar grande diversidade de hábitats. Dentre elas, há um grande número de espécies migratórias, a maioria proveniente do Polo Norte.
O evento, aberto na segunda-feira (3), reúne cerca de 20 participantes, entre pesquisadores, gestores de unidades de conservação (UC), empresários e representantes de órgãos licenciadores. Eles discutem temas relacionados ao estado de conservação e às ações necessárias para garantir a sobrevivência das espécies.
O workshop se divide em duas partes: os dois primeios dias são dedicados à avaliação do estado de conservação e outros três para a elaboração de um Plano de Ação Nacional (PAN) para conservação das aves limícolas migratórias. O plano vai abranger 26 espécies migratórias, pertencentes às famílias Scolopacidae (conhecidos como maçaricos) e Charadriidae (as populares batuíras).
Anilhamento
Algumas aves limícolas migratórias percorrem mais de 20.000 km, anualmente, em suas viagens ao Hemisfério Sul, como o batuiruçu-de-axila-preta ( Pluvialis squatarola ). Há ainda as que atravessam imensas distâncias em voo ininterrupto, como o maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis), que voa cerca de 4.000 km sobre o Oceano Atlântico em sua migração para o Sul.
Uma das técnicas mais difundidas para pesquisas com aves migratórias é a marcação com anilhas, que são anéis numerados com códigos individuais formados por letras e números e um endereço para quem as encontra poder informar sua localização atualizada. Algumas aves marcadas em Pernambuco – como o vira-pedras ( Arenaria interpres ) – já foram recapturadas em Nova Jersey, nos Estados Unidos, a quase 7.000 km de distância do ponto de anilhamento. Maçaricos-de-papo-vermelho ( Calidris canutus ), anilhados no Parque Nacional (Parna) da Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul, foram encontrados na costa norte-americana, a mais de 8.200 km do ponto de origem.
A conservação dessas espécies e de seu modo de vida depende da cooperação de todos os países por onde elas passam, tendo em vista que cada local de parada representa um ponto de abastecimento, onde acumulam gordura, a fonte de energia para continuar a viagem. Se os locais de alimentação e descanso desaparecem as aves não têm forças para continuar a viagem e acabam morrendo, podendo haver extinções de grandes populações ou de espécies. O Brasil é um importante ator nesse cenário, uma vez que os destinos de muitos desses migrantes estão em território nacional.
Serviço:
O workshop conta com apoio do Manomet Center for Conservation Sciences e da Save Brasil .
Cemave
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Comunicação ICMBio/Nordeste
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