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CEMAVE coordena reunião de monitoria do PAN Mutum-do-sudeste
Programa de Cativeiro da espécie será consolidado até outubro
Victor Souza
victor.souza@icmbio.gov.br
João Pessoa-PB (28/08/2013) - Entre os dias 12 e 16 de agosto, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), organizou e coordenou, em parceria com a Celulose Nipo-Brasileira S.A. (CENIBRA), a Reunião de Monitoria e Programa de Cativeiro do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação do Mutum-do-sudeste. O evento, ocorrido na Casa de Hóspedes da CENIBRA, em Novo Oriente (MG), teve como finalidade acompanhar a execução do planejamento elaborado em 2012 e reprogramar ações ao alcance do objetivo geral do PAN, que pretende promover a recuperação e a manutenção do Mutum-do-sudeste ( Crax blumenbachii ), ave endêmica da Mata Atlântica, visando restabelecer populações nos remanescentes de sua área de ocorrência original.
Constatou-se na ocasião que a maioria das ações propostas para o PAN Mutum-do-sudeste estão sendo executadas de acordo com o planejado, sendo que 46% das 32 ações propostas estão em andamento conforme o previsto e 31% já foram concluídas. Além disso, a reunião também objetivou dar continuidade à construção da proposta do Programa de Cativeiro do Mutum-do-sudeste, iniciada em 2012, que será consolidada até outubro deste ano para posterior encaminhamento e aprovação da Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas (CGESP/ICMBio).
A terceira etapa do evento consistiu no início da implementação da ação "Seleção de localidades para reintrodução e revigoramento de Crax blumenbachii ", na qual os participantes analisaram possíveis áreas para reintrodução e revigoramento do mutum-do-sudeste aplicando a análise SWOT, ferramenta que avalia a qualidade do ambiente através de diversos indicadores associados aos pontos fortes e fracos de cada localidade considerada para a soltura.
Participantes
Participaram da reunião 15 representantes de instituições como CRAX Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre, Criadouro Científico para Fins de Conservação Pontões (CCCP), IBAMA (do Espírito Santo e de Minas Gerais), Instituto Ave é Vida, Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA), Parque Nacional do Descobrimento, Reserva Ecológica de Guapiaçu, Reserva Natural Vale, Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) – Campus Sorocaba, Universidade de São Paulo (USP) – Campi São Paulo e Ribeirão Preto, além de um representante da CENIBRA e dois do CEMAVE/ICMBio.
Mutum-do-sudeste
Ave endêmica da Mata Atlântica, o mutum-do-sudeste originalmente ocorria em florestas de baixada e tabuleiro, desde o sul da Bahia ao Rio de Janeiro e na região leste de Minas Gerais. Registros recentes, porém, indicam a presença natural da espécie apenas no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Um dos fatores que mais afetaram a sobrevivência da ave foi a redução de florestas e a caça, pois mutuns são extremamente vulneráveis a esta atividade.
Com o objetivo de reverter uma possível extinção da espécie, várias experiências de reintrodução foram realizadas. A primeira delas ocorreu em 1991, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Macedônia, da CENIBRA, localizada em Ipaba (MG). A segunda ocorreu na Estação Ambiental dos Fechos, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), em Nova Lima (MG), no ano de 1996; e a terceira data de 1999, na Estação Ambiental de Peti, da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). Já a última experiência de reintrodução ocorreu em 2006, na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), em Cachoeiras de Macacu (RJ).
O grupo de trabalho envolvido na conservação da espécie tem trabalhado de forma integrada e espera obter ótimos resultados com a implementação das ações de conservação do PAN associadas ao Programa de Cativeiro.
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