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Cemave conclui monitoramento de aves migratórias no MA
Expedição de campo foi realizada na ilha de Coroa dos Ovos (MA)
Victor Souza
victor.souza@icmbio.gov.br
João Pessoa/PB (31/01/2014) – Entre os dias 9 e 25 deste mês o
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave)
, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), participou de uma expedição de campo na ilha de Coroa dos Ovos (MA) para pesquisa e monitoramento de aves limícolas (que dependem de ambientes úmidos) migratórias.
A expedição, promovida pela organização norte-americana New Jersey Audubon Society em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), teve diversos objetivos, como coletar dados para pesquisa sobre as batuíras do gênero Charadrius – objeto de doutoramento do pesquisador Bruno Jackson de Almeida, da Universidade Federal do Sergipe (UFS), que analisa a interferência das atividades humanas nessas aves – ; estudar as rotas de deslocamento do
Calidris pusilla
, migrante do Hemisfério Norte; e aplicar o Protocolo de Monitoramento de Aves Migratórias, do Cemave, para todas as espécies migratórias que frequentam a Coroa dos Ovos – importante sítio de invernada de aves migratórias no Brasil, reconhecida como Reserva Hemisférica para as Aves Limícolas Migratórias (WHSRN, na sigla em inglês).
"Essa ilha inserida nas reentrâncias maranhenses é um dos hábitats críticos para a conservação das aves limícolas migratórias no Brasil", destaca Danielle Paludo, analista ambiental do Cemave. "Ali elas se concentram durante os meses de verão e se alimentam da fartura de invertebrados aquáticos que vivem nos bancos de lama existentes. Assim, repõem a energia gasta na migração e na reposição das penas e se preparam para a nova jornada migratória, rumo aos sítios reprodutivos no Ártico", completa.
Anilhamento
Durante a expedição, foram capturados e marcados com anilhas metálicas e bandeirolas cerca de 1.500 maçariquinhos. Cinquenta deles receberam geolocalizadores, que nos próximos anos registrarão dados detalhados do deslocamento das aves, como distância, velocidades e altitudes percorridas, além de seus pontos de parada. "O estudo é realizado também no Suriname e nos EUA, permitindo a recaptura e cruzamento de informações, importantes para compreender aspectos populacionais e migratórios da espécie, considerada uma indicadora representativa das aves migratórias neotropicais da ordem Charadriiformes", explica Danielle, acrescentando que esse grupo de aves migratórias sofreu declínios populacionais de até 80% em todo o mundo nos últimos anos – inclusive no Brasil, o que motivou a elaboração, em 2013, do
Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação das Aves Limícolas Migratórias
, coordenado pela analista ambiental.
Os resultados da expedição permitirão o aprimoramento do protocolo padrão de monitoramento recomendado pelo Cemave, a alimentação do banco de dados do Sistema Nacional de Anilhamento (SNA) e a comparação com dados de expedições realizadas nos anos anteriores, informações importantes para a condução e avaliação das metas do PAN das Aves Limícolas Migratórias.
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