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Cemave avança na avaliação da conservação das aves
Centro de pesquisa do ICMBio acaba de promover duas oficinas – a de Aves da Amazônia Oriental e a de Aves Limícolas Migratórias. Situação, principalmente no primeiro caso, é preocupante
Brasília (25/10/2017) – O processo de avaliação de risco de extinção das espécies da fauna brasileira é contínuo e cíclico, ocorrendo em intervalos de cinco anos. Nesse sentido, foram realizadas duas oficinas – a de Aves da Amazônia Oriental, de 25 a 29 de setembro, em Brasília (DF); e a de Aves Limícolas Migratórias, entre 1º e 2 de outubro, em Tamandaré (PE).
As oficinas foram executadas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), sob coordenação do Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Litoral Nordeste (Cepene). Os centros pertencem ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A avaliação seguiu o método estabelecido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), com debate em plenária e enquadramento dos táxons nos critérios de avaliação. No final de cada oficina, foi elaborado documento contendo a categorização de risco de extinção para cada táxon, com as devidas justificativas. O resultado da avaliação ainda será validado por especialistas em aplicação do método da IUCN.
Aves da Amazônia
Na programação da oficina das Aves da Amazônia Ocidental, os participantes assistiram à palestra “Qual é o futuro para a biodiversidade de aves amazônicas no Antropoceno?", realizada pelo Professor Dr. Alexander Lees, da Manchester Metropolitan University.
Na oficina foram avaliadas aves que ocorrem nos centros de endemismo Belém, Xingu e Tapajós e algumas outras espécies registradas em toda a Amazônia, totalizando 233 táxons. Dois táxons foram categorizados como Criticamente em Perigo (CR), três como Em Perigo (EN), 60 como Vulnerável (VU), três na categoria Quase Ameaçada (NT), 163 como Menos Preocupante (LC) e dois como Dados Insuficientes (DD).
Embora o processo ainda esteja em andamento, os participantes consideraram que houve uma piora no estado de conservação das espécies, o que está relacionado à contínua perda de habitat decorrente da exploração madeireira, ocorrência de queimadas, conversão de áreas nativas de florestas em pastagens e campos agrícolas, além das construções de hidrelétricas nessas regiões da Amazônia.
Além de gestores e servidores do ICMBio, participaram da oficina especialistas do Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Maranhão, Universidade do Oeste do Pará, Universidade Federal do Tocantins e Manchester Metropolitan University.
Aves Limícolas
Na oficina das Aves Limícolas, foram avaliados 43 táxons. São espécies associadas a ambientes aquáticos, que ocorrem da costa ao interior. A maior parte delas é migratória, sendo que algumas chegam a viajar cerca de 25 mil km entre os sítios de reprodução e de invernada.
Apesar de parte das espécies passar todo o ciclo de vida em território brasileiro, algumas vêm do Hemisfério Norte, do sul da América do Sul e de países a oeste do Brasil, passando apenas uma temporada do ciclo de vida no país. Algumas são consideradas vagantes por possuírem uma ocorrência irregular ou casual no Brasil.
Na oficina, um táxon foi categorizado como Regionalmente Extinto (RE), três como Em Perigo (EN), cinco como Vulnerável (VU), um como Quase Ameaçado (NT), 20 como Menos Preocupante (LC), dois como Dados Insuficiente (DD) e 11 como Não Aplicável (NA).
Afora os pesquisadores do Cepene e do Cemave, participaram desta etapa especialistas das universidades federais de Alagoas, do Piauí, da Bahia, da Paraíba, Rural de Pernambuco, do Mato Grosso, de Sergipe, do Rio Grande do Norte, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos e SAVE Brasil.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280