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Cecav disponibiliza dados de mais de 15 mil cavernas
Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas, gerido por centro de pesquisa do ICMBio, cumpre importante papel na conservação das cavidades naturais subterrâneas
Nana Brasil
ascomchicomendes@icmbio.gov.br
Brasília (18/07/2016) – Espeleologia. A palavra que soa estranha para os leigos traz consigo um significado não menos sofisticado. Do latim spelaeum (caverna), espeleologia é o estudo da formação e constituição das grutas e cavernas naturais. No Brasil, o conhecimento técnico-científico a respeito do patrimônio espeleológico está reunido em um sistema de informações que já conta com mais de 15 mil registros:
o Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas – Canie
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Criado em 2004, por meio da Resolução nº 347 do Conselho Nacional de Meio Ambiente, o Canie tem como objetivo armazenar e disponibilizar dados essenciais para a gestão desse patrimônio. Sua implementação e constante atualização representam uma importante ferramenta de monitoramento das cavernas brasileiras.
O Canie possibilita a indicação de procedimentos e parâmetros para nortear o licenciamento ambiental de empreendimentos efetiva e potencialmente impactantes às cavidades naturais subterrâneas ou à sua área de influência. Com a criação do Cadastro, tornou-se obrigatório a esses empreendimentos a inserção dos dados espeleológicos no sistema durante o processo de licenciamento.
Tecnologia
O Canie é administrado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), um dos 14 centros de pesquisa e conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De 2004 para cá, o Cecav vem trabalhando em parceria com a Coordenação de Tecnologia da Informação (CTI/ICMBio) para desenvolver e materializar o sistema conforme as diretrizes estabelecidas pelo Governo Federal para a utilização de softwares livres. Como resultado desse trabalho, o Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas foi apresentado e disponibilizado para a sociedade em 2013.
De acordo com Jocy Brandão, coordenador do Cecav, o Canie contempla o armazenamento de diversas informações relativas às cavidades naturais, como área protegida, atividade antrópica (referente à ação humana), entrada da caverna, fauna, hidrologia, microbiologia, vegetação, vestígios arqueológicos, histórico-culturais e paleontológicos, litologia (estudo da rocha), feição morfológica, entre outros.
“Disponibilizar informação é muito importante porque nós precisamos conhecer para conservar. Além disso, o sistema apresenta dados regionalizados e auxilia bastante o processo de licenciamento ambiental”, ressalta o coordenador.
Base de dados
A base de dados do patrimônio espeleológico teve sua primeira edição em fevereiro de 2004, quando foram computadas 4.448 cavernas. A partir de 2010, com o advento da Instrução Normativa nº 2/2009 do Ministério do Meio Ambiente, os estudos voltados para o licenciamento ambiental foram intensificados, provocando um grande crescimento no número de cavidades naturais conhecidas no Brasil. Atualmente, o CANIE conta com 15.519 cavernas cadastradas.
Segundo Jocy Brandão, a alimentação do sistema ocorre por meio de diversas fontes: estudos e pesquisas são responsáveis por 47% dos registros, outros 37% são provenientes de estudos realizados como subsídio para o licenciamento ambiental, enquanto os 16% restantes são derivados de outras bases de dados existentes no país. “Depois de inserida, a informação precisa ser validada pelo próprio sistema e, em seguida, pela equipe do Cecav. O dado só é disponibilizado após esse processo de validação”, explica Brandão.
Unidades de conservação
Hoje, com a geoespacialização das informações, é possível constatar que Minas Gerais é o estado brasileiro com o maior número de cavernas conhecidas (6.269), seguido pelo Pará (2.471), Bahia (1.281) e Rio Grande do Norte (955). No que diz respeito às unidades de conservação (UCs), observa-se que 5.244 das cavernas inseridas no Canie – 34% do total – estão localizadas em UCs (considerando as áreas protegidas municipais, estaduais e federais). Destas, 62% estão em UCs de uso sustentável e 38% nas de proteção integral.
Um bom exemplo é o
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
, UC federal inserida na categoria de proteção integral e administrada pelo ICMBio. Criado em 1999 para proteger 56 mil hectares do Cerrado, o parque, como seu próprio nome diz, abriga importante patrimônio geológico e arqueológico. O conjunto natural do Vale do Rio Peruaçu, incluindo o cânion, as cavernas e os sítios arqueológicos, possui relevância internacional, havendo poucos locais no planeta que reúnam esses três atrativos de modo tão grandioso e abarcando tantos interesses científicos e naturais.
Serviço:
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Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280