Notícias
Brigadistas continuam combate ao fogo na Serra do Cipó
Incêndio pode ser o maior já registrado na unidade de conservação
Brasília (11/10/2012) – Sessenta pessoas, entre brigadistas, Corpo de Bombeiros e voluntários permaneceram até as 04 horas desta quinta-feira (11) combatendo o incêndio que compromete o Parque Nacional Serra do Cipó, unidade de conservação gerida apelo ICMBio localizada no Estado de Minas Gerais.
Segundo o gerente de fogo do parque, o analista ambiental do ICMBio Paulo Avelar, este pode ser considerado o maior incêndio registrado na unidade, nos últimos 25 anos. Desde sexta-feira, pelo menos 5 mil hectares já foram atingidos, o equivalente a 1/6 da área do parque. Os trabalhos já recomeçaram na manhã desta quinta (11), segundo Avelar. ''A situação está mais amena, com menos focos de incêndio a combater, mas não dá para saber quando estará resolvida. Esperamos que hoje à tarde consigamos controlar o fogo completamente'', disse o gerente em entrevista ao jornal O Estado de Minas.
Uma das dificuldades enfrentadas pela equipe é a localização dos focos restantes, situados em encostas da Serra da Bandeirinha, em pontos altos e de difícil acesso. ''Quanto mais o terreno for acidentado, mais complicado é o combate'', explica Avelar. As atividades também são prejudicadas pelo calor intenso, baixa umidade do ar e vento forte. ''O capim está grosso e seco. Reunimos as piores condições para o combate a este incêndio'', lamenta Avelar.
O fogo atingiu zonas que desde 2003 não eram incendiadas, como o Vale do Ribeirão Mascates, área preferida dos turistas. Algumas quedas da Cachoeira da Farofa, uma das atrações mais procuradas, teve as matas ciliares queimadas. Ainda não dá para ter ideia exata do prejuízo ambiental, mas já se sabe que as perdas são grandes. “O fogo acabou com a mata de inúmeras nascentes, queimou matas ciliares, espécies de plantas endêmicas e raras”, lista Avelar. De vez em quando, os brigadistas acham animais carbonizados.
Entre os bichos mortos estão roedores, como pacas e capivaras; cobras, como jararacas, cascáveis e jiboias; e aves, como patos e garças. ''Não fizemos um levantamento das espécies atingidas, mas foram principalmente os pássaros. Essa é a época de procriação deles'', constata o analista ambiental do ICMBio. A administração do parque acredita que o incêndio tenha sido criminoso. Geralmente, as queimadas na Serra do Cipó são provocadas por criadores de gado, que incendeiam o capim velho. Dessa vez, porém, há indícios que a motivação tenha sido a simples vontade de causar estrago.
Hoje, a equipe de combate deve ser reforçada com um helicóptero da força-tarefa Previncêndio e mais 20 militares do Corpo de Bombeiros. Aos pontos de acesso mais difícil, os brigadistas são transportados por um helicóptero dos bombeiros. Caminhonetes do ICMBio levam combatentes para os locais mais baixos. Dois airtractors , aviões usados para jogar água do alto em regiões de difícil acesso, também estão sendo usados no combate.
Com informações do G1 e O Estado de Minas
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9290