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Brasil terá três novos sítios Ramsar
Foram aprovadas as propostas de inclusão de três unidades de conservação federais administradas pelo ICMBio
Brasília (17/03/17) – O Brasil aprovou, junto à Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, sediada na Suíça, três novas propostas para sítios Ramsar. O Parque Nacional de Anavilhanas (AM), o Parque Nacional do Viruá (RR) e a Estação Ecológica do Taim (RS) – unidades de conservação (UCs) geridas pelo ICMBio – serão os novos sítios, aumentando de 13 para 16 o número de áreas reconhecidas pela convenção internacional. O anúncio oficial será feito durante as celebrações do Dia Mundial da Água (22 de março) e a certificação ocorrerá ainda no primeiro semestre de 2017, em data a definir.
A Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como
Convenção de Ramsar
, estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de áreas úmidas no mundo. Essas ações estão fundamentadas no reconhecimento, pelos países, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas.
Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, o Brasil tem todo o interesse em aumentar o número de sítios Ramsar. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está desenvolvendo uma estratégia de implementação da Convenção de Ramsar e dos sítios Ramsar no Brasil, que deverá orientar o cumprimento dos compromissos assumidos pelo país, ou seja, a conservação e o uso racional das áreas úmidas. O documento será elaborado em colaboração com o Comitê Nacional de Zonas Úmidas e com os gestores dos sítios Ramsar
Ecossistemas
O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, considera as áreas úmidas muito importantes pela sua biodiversidade e, sobretudo, pelos importantíssimos serviços dos ecossistemas que elas prestam. “As unidades de conservação são a melhor forma de conservar os ecossistemas e prestar esses serviços à sociedade, e por isso devem ser reconhecidas e prestigiadas”, ressalta.
Segundo Soavinski, o reconhecimento de uma convenção internacional, como a de Ramsar, agora também para os parques nacionais de Anavilhanas e do Viruá e para a Estação Ecológica do Taim, valoriza os esforços feitos pelo Brasil e promove interações internacionais de aprendizado que permitem a melhoria da gestão feita pelo ICMBio.
Convenção
Desde sua adesão à convenção, em 1996, o Brasil promoveu a inclusão de 16 UCs à Lista de Ramsar, o que permite a obtenção de apoio internacional para desenvolvimento de pesquisas, o acesso a fundos internacionais para financiamento de projetos e a criação de um cenário favorável à cooperação internacional. Em contrapartida, o Brasil assume o compromisso de manter as características ecológicas dos sítios – os elementos da biodiversidade e os processos que os mantêm – e deve atribuir prioridade para sua consolidação diante de outras áreas protegidas, conforme previsto no
Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas
.
Saiba mais sobre os novos sítios
O
Parque Nacional de Anavilhanas
, arquipélago fluvial localizado no Mosaico de Unidades de Conservação do Baixo Rio Negro, no estado do Amazonas, está inserido no Corredor Central da Amazônia pelo Projeto Corredores Ecológicos. O parque é Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco, além de ser umas das 16 unidades de conservação (UCs) federais consideradas prioritárias para estruturação da visitação por parte do ICMBio. Com grande beleza cênica, o parque apresenta formações florestais diversas, como floresta ombrófila densa, igapó, campina e campinarana, caatinga-gapó e chavascal, além de ecossistemas fluviais e lacustres. A parte fluvial do parque, com mais de 400 ilhas, aproximadamente 130 km de extensão e em média 20 km de largura, representa 60% da unidade, enquanto a porção de terra firme representa 40%. Cerca de 70 lagos desenham a paisagem com formatos elípticos alongados.
O
Parque Nacional do Viruá
, em Roraima, é a unidade de conservação com a maior riqueza de espécies de vertebrados registradas no Brasil (mais de 1,2 mil espécies), com populações de 119 espécies de mamíferos, 531 de aves, 71 de répteis, 47 de anfíbios e 500 de peixes. A diversidade da flora está estimada em mais de 4 mil espécies. Em 2014, foi o parque nacional da Amazônia mais pesquisado e o terceiro na taxa anual de recebimento de turistas. A unidade realiza programas de combate a incêndios, monitoramento da biodiversidade, ecoturismo de base comunitária, controle da caça de tartaruga no rio Amazonas, além de campanhas e programas educativos.
Na
Estação Ecológica do Taim
, no Rio Grande do Sul, destacam-se praias, falésias, sistema de banhados e áreas alagadas. É uma das zonas mais ricas em aves aquáticas da América do Sul. Por ser um dos remanescentes deste tipo de ecossistema, tem grande valor como patrimônio genético e paisagístico. O banhado do Taim possui uma função muito importante para a manutenção do equilíbrio ecológico da região, como a produção de alimento, a conservação da biodiversidade, a contenção de enchentes e o controle da poluição. Os processos mais importantes nesse ecossistema são a geração de solo, a produção vegetal e a estocagem de nutrientes, água e biodiversidade.
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