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Brasil participa do Congresso Mundial para Conservação
Evento no Havaí discute até dia 10 temas como criação do santuário das baleias, gestão de áreas protegidas e corredores ecológicos. ICMBio integra delegação brasileira
Brasíla (02/09/2016) – O diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial (Disat), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, integra a delegação do governo brasileiro que participa do Congresso Mundial para Conservação. Aberto ontem (quinta, 1º), o evento segue até o dia 10, no Havaí, Estados Unidos, e é promovido pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Na agenda do governo brasileiro, dentro da programação do congresso, destaca-se a apresentação da campanha para a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, áreas protegidas, corredores ecológicos e o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). O Brasil está presente ainda no Pavilhão Floresta, onde serão discutidos projetos bem sucedidos de governos, empresas e comunidades de todo o mundo para a proteção de florestas.
Anteontem (quarta, 31), antes da abertura oficial do evento, Maretti participou da reunião de líderes de sistemas nacionais (World Protected Areas Leadership Forum) da América Latina. Segundo ele, todos os países apresentaram avanços e desafios e discutiram temas comuns, como o apoio da sociedade às ações de conservação, relação com povos tradicionais e indígenas, negociação com grupos sociais em diferentes situações e visitação em áreas protegidas. O grupo conheceu o Parque Nacional dos Vulcões.
Áreas protegidas
O diretor do ICMBio compareceu também à reunião aberta dos membros da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (CMAP). A América do Sul teve destaque durante os debates pela visão pan-amazônica e a declaração da RedParques (Rede Latino-Americana de Cooperação Técnica em Parques Nacionais, outras Áreas Protegidas, Flora e Fauna Silvestres) sobre áreas protegidas. O diretor do ICMBio é vice-presidente da CMAP para a América do Sul.
Nesta sexta, Maretti participa como painelista do evento Indigenous Peoples Rights and Territories and Biodiversity Conservation in the Amazon Basin. “Como represetantes do ICMBio, vamos começar a conversar sobre a ideia de um projeto para construir soluções mutuamente favoráveis a respeito da sobreposição de áreas de unidades de conservação e terras indígenas”, disse ele.
Ministério
A delegação brasileira conta ainda com a participação de dirigentes do Ministério do Meio Ambiente, entre eles, o secretário de Biodiversidade e Florestas, José Pedro de Oliveira, e o diretor do Departamento de Espécies Ameaçadas, Ugo Vercillo. Caberá a Oliveira apresentar a campanha de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, lançada, no Rio de Janeiro, pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, durante as Olimpíadas Rio 2016.
Em outro momento, o secretário José Pedro de Oliveira falará sobre as ações de restauração de florestas no país, prevista no Acordo de Paris, sobre mudança do clima e o novo Código Florestal no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.
O diretor do Departamento de Espécies do MMA, Ugo Vercillo, adiantou que, durante o congresso mundial, o ministério quer “sensibilizar e intensificar o alcance da campanha para conseguir os votos necessários à criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul”.
A Comissão Internacional Baleeira se reunirá, em outubro, na Eslovênia. A iniciativa brasileira depende de ¾ dos votos favoráveis dos membros da comissão. Na última reunião da CIB (os encontros são bienais), faltaram somente quatro. Vercillo adiantou que nesta quinta-feira (1º/9) será apresentado um vídeo sobre a campanha no Pavilhão Espécies.
A Secretaria de Biodiversidade e Florestas apresentará ainda o projeto de criação de Corredores Ecológicos no Brasil. Essa proposta envolve áreas que unem os fragmentos florestais ou unidades de conservação, separados por interferência humana, como estradas, agricultura e atividade madeireira. O objetivo da iniciativa, que prevê a parceria com países vizinhos, é permitir o livre deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal, minimizando os efeitos negativos.
Desafios
Realizado a cada quatro anos, o congresso reúne cerca de 8 mil líderes mundiais e representantes de governos, comunidade científica, universidades, ONGs, povos indígenas e tradicionais, empresas e conservacionistas de todo o mundo. O objetivo é unir esforços e promover questões fundamentais e mais urgentes sobre os desafios de sustentabilidade, além de alternativas viáveis para a conservação da natureza definindo uma agenda de propostas e ações até 2020.
O Congresso aborda temas como áreas protegidas, capital natural, compensações de biodiversidade, governança dos oceanos, expansão da produção do óleo de palmeira e ecoturismo. A solenidade de abertura (foto) prestou homenagens a populações tradicionais do Havaí.
Além da agenda geral do evento, o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em parceria com a IUCN, está desenvolvendo uma agenda para negócios – em forma de workshops, cafés e debates – e que tratará de temas como o Protocolo de Capital Natural e suas aplicações, soluções de infraestrutura natural para negócios, inserção de relatoria de biodiversidade no contexto dos negócios. O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), voltado para viabilizar modelos inovadores de gestão nas áreas protegidas do bioma, terá ênfase na participação brasileira.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com Ascom do MMA – (61) 2028-1227