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Baleias dão show no litoral catarinense
Este ano, elas chegaram mais cedo
Este ano, elas chegaram mais cedo
Brasília (7/8/2015) – Um ser que evoluiu de mamíferos primitivos nos primórdios do período Terciário, há cerca de 50 milhões de anos. Assim são as baleias, animais de porte significativo e beleza singular. Mesmo quem não tenha tido a oportunidade de estar próximo a uma delas, vai sentir a energia que elas transmitem, ao vê-las por meio de fotografias.
Trabalho nesse sentido vem sendo feito no litoral sul de Santa Catarina, nas praias de Imbituba, Garopaba e adjacências. Trata-se do monitoramento promovido na Área de Proteção Ambiental da Baleia-Franca , unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Santa Catarina.
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No final de julho, equipe de especialistas promoveu o primeiro sobrevoo do ano do Programa de Monitoramento das Baleias-Francas. O objetivo foi verificar a ocorrência e distribuição das baleias no litoral centro sul de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.
No sobrevoo, os especialistas fazem a contagem de indivíduos adultos, juvenis e filhotes, bem como fotografias de cada um deles, que integram o banco de dados do Projeto Baleia-Franca. Nos anos 90, integrantes do projeto, juntamente com a comunidade ambientalista, lutaram pela criação da APA como forma de proteger essa e outras espécies marinhas que ocorrem na região.
"Os sobrevoos vêm mostrando um aumento populacional das baleias-francas na região. Elas têm chegado mais cedo para amamentar seus filhotes ou procriarem, e em maior quantidade. Isso é motivo de comemoração tendo em vista que quase foram extintas nos anos 70, quando a caça foi proibida por lei", detalha o chefe da APA, Cecil Roberto de Maya Brotherhood de Barros.
O Programa de Monitoramento das Baleias-Francas é uma ação apoiada pelo Porto de Imbituba e realizada pelo Projeto Baleia-Franca, ONG que promove pesquisa e conservação desta espécie, com acompanhamento da APA. Faz parte das exigências contidas no licenciamento do porto.
"O monitoramento aéreo ocorre a quase 30 anos. Nos últimos anos ele é viabilizado graças a esta importante parceria que nos permite verificar o tamanho da população de baleias, distribuição, número de nascimentos e outras informações importantes para a gestão da APA", explica o chefe da UC.
Rotina das ilustres visitantes de caldas
As baleias-francas migram anualmente entre áreas de alimentação e reprodução. De julho a novembro, a espécie vem para Santa Catarina para acasalar e procriar. O pico de ocorrência é em setembro, sendo os últimos indivíduos avistados em novembro.
A principal área de ocorrência da espécie no país é na APA da Baleia-Franca/ICMBio no litoral centro-sul de Santa Catarina. Porém, pode ocorrer a presença em outras regiões, o que tem sido cada vez mais frequente em função do crescimento e recuperação populacional da espécie no Brasil.
Mas o que salta aos olhos são as impressões que animais tão bonitos e grandes causam em quem os observa de perto. "As pessoas mais perceptivas dizem que a energia do lugar muda de junho a novembro, pois cerca de 100 a 150 indivíduos juntos, com esta dimensão corporal, em sua maioria fêmeas amamentando ou procriando, só podem gerar uma energia de criação muito forte", reitera o chefe da APA.
Protocolo de Encalhes e Emalhes da APA da Baleia Franca
Para os casos de comunicados de encalhes (quando a baleia fica presa na areia) ou emalhes (quando ela fica presa a alguma rede de pesca) de baleias no litoral de SC, há o Protocolo de Encalhes e Emalhes, composto pela APA da Baleia-Franca/ICMBio, Projeto Baleia-Franca, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da UNESC, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e Policia Militar Ambiental.
Em parceria, todas essas instituições atendem juntas os casos de encalhes e emalhes na região da APA. Com base no caso, se de encalhe ou emalhe, e se houve morte ou não de alguma baleia, de franca ou de outras espécies de baleias ou mamíferos marinhos, coletam-se informações buscando reduzir novos incidentes.
"Essas oito instituições são de fundamental importância para essas ações de atendimento, pois conseguimos agregar competências e recursos para atender cada caso. Na próxima semana, haverá uma reunião do Protocolo para avaliação e levantamento das perspectivas de melhoria futura do protocolo", frisa Cecil.
Legislação e Observação Embarcada
As baleias-francas são uma espécie ameaçada de extinção e protegida pela lei Federal 7643/1987. A Portaria Ibama 117/1996 determina normas de aproximação e cuidados para evitar o molestamento. Na APA da Baleia-Franca, os passeios embarcados para turismo de observação estão temporariamente proibidos por decisão judicial.
Procedimentos em caso de encalhes e emalhes:
Serviço: