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Aves limícolas migratórias visitam o Brasil no verão
As áreas úmidas recebem milhares de aves, todos os anos
Nara Souto
nara.souto@icmbio.gov.br
Cabedelo (05/02/2015) — Nas áreas úmidas do Brasil, é possível observar uma grande variedade de aves aquáticas. Entre elas, espécies comuns (garças e gaivotas costeiras), espécies raras ou ameaçadas (flamingos e pato-mergulhão) e ainda maçaricos e batuíras que são aves limícolas migratórias: espécies que têm pernas mais altas e bicos mais compridos para se alimentarem de pequenos animais que se enterram na areia ou estão na superfície da água.
Essas espécies realizam anualmente as mais extensas migrações internacionais e são consideradas patrimônio dos países por onde passam, se tornando objetos de estudo e conservação no mundo todo. Algumas espécies se deslocam por mais de 30 mil quilômetros por ano, uma façanha para pássaros com cerca de 80 gramas.
De setembro a março, milhares de maçaricos e batuíras chegam ao Brasil para passar o verão no litoral dos estados do Amapá, do Maranhão e do Pará, no pantanal mato-grossense e na planície costeira do Rio Grande do Sul. Essas áreas são consideradas sítios de alimentação e invernada, regiões ricas em alimento que favorecem a reposição de energia necessária para as espécies.
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Proteção das espécies
O
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave)
é responsável pelo estudo e monitoramento das aves migratórias no país. "Algumas espécies de aves limícolas vêm sofrendo declínio em suas populações em nível global, em virtude principalmente da degradação do habitat, especialmente as áreas úmidas onde buscam seu alimento, enquadrando-se em alguma categoria risco de extinção", explica o analista ambiental do Cemave, Emanuel Sousa.
O Brasil é signatário de acordos internacionais para a conservação das aves limícolas migratórias e de seus habitats e deu um importante passo para conservação destas espécies através da elaboração do Plano de Ação Nacional (PAN) das Aves Limícolas Migratórias que prevê ações para ampliar e assegurar a proteção dos seus habitats até o ano de 2018. "É um grande desafio, uma vez que as áreas úmidas brasileiras sofrem grande pressão de exploração e ocupação desordenada por empreendimentos" observa a coordenadora do PAN, Danielle Paludo.
O PAN tem como objetivo proteger 28 dessas espécies e as ações prioritárias estão concentradas em identificar, evitar e minimizar os impactos do homem nesses habitats, principalmente aqueles decorrentes da implementação de atividades de infraestrutura e exploração de recursos naturais, além do turismo desordenado.
Saiba mais sobre o Plano de Ação Nacional das Aves Limícolas