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Aves limícolas migratórias é tema de encontro no Peru
Reunião, que aconteceu em Paracas, no Peru, compatilhou estudos e conservação destas aves associadas a zonas úmidas e costeiras.
O Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participou da VII Reunião da Rede Hemisférica de Aves Limícolas Migratórias, que aconteceu em Paracas, no Peru, de 8 a 15 de novembro, reunindo representantes de 14 países da América. O ICMBio coordena o Plano Nacional de Aves Limícolas Migratórias, através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestre (Cemave).
Limícolas são aves, geralmente, associadas a zonas úmidas e costeiras, como estuártios e lagunas. Entre elas, estão os maçaricos e batuíras. As aves desse grupo incluem migrantes de longo percurso, que passam parte do ano nos sítios de reprodução no Hemisfério Norte e parte nos sítios de invernada (geralmente no Hemisfério Sul). “Por isso, são consideradas patrimônio comum dos países por onde passam. Compartilhar os estudos e esforços de conservação é fundamental para a efetividade dos trabalhos entre os países”, explica Danielle Paludo, pesquisadora do Cemave e coordenara do PAN Aves Limícolas Migratórias.
Segundo ela, algumas rotas migratórias destas aves alcançam mais de 30.000 quilômetros de extensão – como a rota atlântica, que vai do Ártico à Patagônia, incluindo todo o litoral brasileiro. O Brasil possui três sítios reconhecidos pela rede hemisférica de aves limícolas migratórias: as Reentrâncias Maranhenses/MA, o Banco dos Cajuais/CE e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe/RS.
“Especialistas e o Conselho da Rede Hemisférica avaliam que há outras áreas com potencial de reconhecimento, pela importância que têm como ponto de parada ou invernada para as aves migratórias”, ressalta Danielle. Segundo ela, o grupo de pesquisadores do PAN está trabalhando no mapeamento dos habitats críticos para as aves limícolas migratórias no Brasil, que poderá servir de embasamento para o reconhecimento de novos sítios, identificando zonas prioritárias à conservação e aos estudos.
A pesquisadora explica que o mapeamento também identifica áreas de sobreposição com áreas produtivas e onde são desenvolvidas atividades econômicas, bem como de locais de conflitos, buscando desenvolver protocolos de boas condutas para reduzir impactos e harmonizar os usos. “São iniciativas diversas da estratégia de manter e aumentar o número das aves migratórias, que tiveram suas populações reduzidas em até 80% nas últimas décadas”, afirma. O Brasil vem intensificando aos poucos a sua participação nos esforços internacionais para a conservação das espécies migratórias, comprometido por meio de acordos e convenções internacionais.
Além da representante do ICMBio, participaram os pesquisadores brasileiros Juliana Almeida (SAVE), Fernando Faria (FURG) Carmem Fedrizzi (Unisinos), Bruno Almeida (FMA), Ana Paula Sousa (UFMA) e João Paulo Damasceno (projeto Censos limícolas) – todos colaboradores do Plano de Ação Nacional das Aves Limícolas Migratórias.
O livro de resumos da reunião da rede hemisférica pode ser acessado
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Conheça o Plano Nacional de Aves Limícolas Migratórias coordenado pelo ICMBio clicando
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Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280