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Aves florestais são monitoradas na Amazônia
Cemave e Rebio do Gurupi implantam sistema que monitora aves em região antropizada e que possui numerosas espécies endêmicas.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), em parceria com a Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi, acaba de realizar o primeiro esforço de monitoramento de aves florestais em Unidade de Conservação (UC) no Brasil. A metodologia é a mesma adotada pelo Programa Monitora, o programa de monitoramento in situ (no local) da biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para as unidades de conservação.
O monitoramento foi na Rebio do Gurupi, que é a única unidade de conservação de proteção integral na área conhecida como Centro de Endemismo Belém. Esta região possui numerosas espécies endêmicas para os mais variados grupos de organismos, ao mesmo tempo em que é a mais antropizada da Amazônia. Na Rebio do Gurupi já foram registradas 18 taxa (espécies e subespécies) de aves ameaçadas, conforme a lista oficial de espécies brasileiras ameaçadas de extinção (Portaria MMA 444/14).
A coleta de dados ocorreu entre 5 e 10 de dezembro de 2017 em áreas de florestas em avançado estágio de regeneração. Como resultados preliminares, foram registradas, apenas nos pontos de amostragem, 180 espécies, sendo 14 ameaçadas, além de 13 novas ocorrências para a Rebio. Tathiana Chaves, da Coordenação de Monitoramento do ICMBio, esclarece que o Monitora é um programa institucional continuado, de longa duração e busca acompanhar mudanças do estado de conservação da Rebio, incluindo a recuperação da floresta, que historicamente sofreu desmatamentos e extração de madeira, e que há cerca de três anos foi parcialmente atingida por um grande incêndio.
Segundo os pesquisadores, com respeito ao monitoramento, ainda é cedo para apresentar resultados ou tendências mais amplas. Contudo, os primeiros resultados observados confirmam a importância da unidade de conservação para conservação das espécies da Amazônia Oriental e para a manutenção da vida selvagem frente às pressões existentes por toda a região do chamado Arco do Desmatamento.
A expedição contou com recursos do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), sob gestão da Coordenação de Monitoramento do ICMBio. Os trabalhos de campo contaram com a participação dos especialistas em aves amazônicas: Carlos Martínez (UFMA), Felipe do A. Arantes (autônomo), Gabriel A. Leite (INPA), Laurent G. Carvalho (UFMA) e Leonardo Victor S. Pinheiro (UFMA) e do analista ambiental do ICMBio Marcos de S. Fialho.
Comunicação ICMBio
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