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Artificiais, árvores podem ajudar fragata-de-trindade
Publicado em
29/01/2019 17h35
Essas aves marinhas, consideradas criticamente ameaçadas de extinção, são endêmicas da ilha de Trindade (ES) e sofrem com a falta de árvores para se reproduzir.
Pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e parceiros estudam como ajudar os 30 indivíduos da espécie Fregata trinitatis a se reproduzirem na remota ilha de Trindade, a 1,3 mil km da costa do Espírito Santo.
Conhecidas como fragatas-de-trindade, essas aves marinhas, consideradas criticamente ameaçadas de extinção, são endêmicas da ilha e procuram por árvores para se reproduzir. Porém, a ilha não tem vegetação e nem um morador fixo. As paradas que os homens fizeram em Trindade há centenas de anos foram suficientes para acabar com a vegetação do local.
Segundo a analista ambiental Patrícia Serafini, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, do ICMBio, a destruição acabou até com o solo na ilha. “Com a destruição da vegetação, as aves terrestres que existiam ali acabaram morrendo por não ter como se alimentar. As espécies terrestres que eram endêmicas à região foram todas extintas. As aves marinhas, que se alimentam de peixe, conseguiram sobreviver, mas a falta de árvores ameaça sua reprodução", explica Serafini.
Uma das saídas encontradas, é a criação de árvores artificiais. O projeto, criado pela UFES e o pelo ICMBio com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, desenvolveu ninhos especialmente adaptados para as fragatas-de-trindade. Alguns deles têm até réplicas de aves e sons dos bichos se acasalando - a ideia é estimular a reprodução.
Os ninhos artificiais terão a base de metal e uma plataforma onde as aves podem pousar e trazer seus próprios gravetos. Eles também usarão réplicas - aves taxidermizadas - para tentar atraí-las. "A ideia é que as aves ouçam os sons, se sintam atraídas, cheguem perto para investigar o que está acontecendo e percebam que podem se reproduzir ali, até que tragam elas mesmas seus gravetinhos", explica Serafini.
Os pesquisadores testaram vários protótipos feitos de diferentes materiais até chegar no modelo final, que está sendo testado no Rio Grande do Sul antes de ser levado para Trindade."Tivemos que encontrar uma estrutura capaz de sustentar uma plataforma e resistir aos fortíssimos ventos da ilha", afirma a ambientalista. Outras espécies, como a noivinha, a fragrata-grande, o atobá-de-pé-vermelho e a petral-de-trindade também serão ajudadas pelo programa.
Os pesquisadores testaram vários protótipos feitos de diferentes materiais até chegar no modelo final, que está sendo testado no Rio Grande do Sul antes de ser levado para Trindade."Tivemos que encontrar uma estrutura capaz de sustentar uma plataforma e resistir aos fortíssimos ventos da ilha", afirma a ambientalista. Outras espécies, como a noivinha, a fragrata-grande, o atobá-de-pé-vermelho e a petral-de-trindade também serão ajudadas pelo programa.
Recuperar as ilhas
A ideia é manter as espécies vivas enquanto ornitólogos, botânicos e outros cientistas trabalham na recuperação da flora local, com a transposição de mudas para as ilhas.
O processo é lento. "É preciso analisar o que tem que ser feito, onde a vegetação está conseguindo se recompor. Depois é preciso recompor o solo para que flora possa crescer". Se tudo der certo, o trabalho com as aves vai ajudar nisso: as fezes dos animais no chão da ilha ajudam a adubar. "Queremos recriar um ciclo positivo, em que as aves ajudem a manter as mudas e as novas árvores permitam que haja mais árvores."
Para uma recuperação total, também é preciso proteger a vida marinha de pesca ilegal ao redor das ilhas - o arquipélago é hoje uma área de proteção ambiental, com a pesca proibida em berçários de animais marinhos.
O processo é lento. "É preciso analisar o que tem que ser feito, onde a vegetação está conseguindo se recompor. Depois é preciso recompor o solo para que flora possa crescer". Se tudo der certo, o trabalho com as aves vai ajudar nisso: as fezes dos animais no chão da ilha ajudam a adubar. "Queremos recriar um ciclo positivo, em que as aves ajudem a manter as mudas e as novas árvores permitam que haja mais árvores."
Para uma recuperação total, também é preciso proteger a vida marinha de pesca ilegal ao redor das ilhas - o arquipélago é hoje uma área de proteção ambiental, com a pesca proibida em berçários de animais marinhos.
Com informações da BBC/Brasil
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280