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Armadilhas monitoram sedimentos em Abrolhos
Dados coletados pelos equipamentos instalados no fundo do mar servirão para identificar a presença ou não de resquícios da lama da mineradora Samarco no ambiente recifal
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Brasília (12/09/2016) – Gestores do
Parque Nacional Marinho (Parnamar) de Abrolhos
e da
Reserva Extrativista (Resex) de Cassurubá
, unidades de conservação administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no litoral sul da Bahia, concluíram a instalação de seis armadilhas no fundo do mar ou ambientes recifais das unidades.
O objetivo é monitorar a chegada de sedimentos da lama da mineradora Samarco na área recifal do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e na zona de amortecimento da Resex Cassurubá. Passados dez meses do acidente na barragem em Mariana (MG), os rejeitos ainda se espalham. A região é conhecida por abrigar a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.
Segundo o chefe do Parque de Abrolhos, Fernando Repinaldo, as armadilhas permitirão a análise geoquímica dos sedimentos e, consequentemente, a identificação de sua origem. A instalação foi feita pela equipe das duas unidades de conservação com a colaboração da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Caravelas (BA) e da ONG Conservação Internacional.
Dois locais
As seis armadilhas foram instaladas nos dois polígonos que formam o Parque Nacional (I- Arquipélago e Parcel dos Abrolhos e II- Recife das Timbebas) e na zona de amortecimento da Resex Cassurubá (Coroa Vermelha).
As análises geogquímicas para identificação da origem dos sedimentos serão feitas no Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), após um período de cerca de três meses, para as primeiras análises conclusivas.
“A partir dos resultados revelados nas amostras, as próximas etapas podem envolver autuação à empresa por danos causados às UCs na região dos Abrolhos. O monitoramento deve ser repetido enquanto houver chegada de lama no mar”, destaca Repinaldo.
"Além de avaliar a taxa de sedimentação e composição nos parcéis, espera-se que as amostras colhidas revelem se os sedimentos advém da queda da barragem da mineradora Samarco, da dragagem de Caravelas e de outras origens”, explica João Thomé (Joca), coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar), do ICMBio.
Entenda a técnica
A técnica de medição da mineralogia se dá por meio de amostras coletadas por armadilhas de sedimento instaladas a diferentes profundidades do ambiente recifal/marinho. Desenvolvidas pelo Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg), da UERJ, as armadilhas visam coletar amostras cujas análises geoquímicas (dos sedimentos) encontrados em Abrolhos serão comparadas com aquelas da Foz do Rio Doce. O pesquisador Heitor Evangelista é um dos coordenadores do Laramg-UERJ.
Serviço:
Para saber mais sobre o acidente ambiental no Rio Doce e o impacto nas UCs,
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Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações do Tamar – (27) 3322-1417