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Áreas de manguezais são monitoradas na ESEC de Maracá-Jipioca
Monitoramento dos Caranguejos - Foto: Alessandra Lameira
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio da Estação Ecológica (ESEC) de Marará-Jipioca, realizou neste mês mais uma ação de monitoramento de manguezal para verificar a saúde dos manguezais na ilha de Maracá, situada na costa do Amapá. A iniciativa teve apoio da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa).
Esta atividade encontra-se na sua 6ª edição e tem como alvos de monitoramento a vegetação do manguezal e o caranguejo-uçá. Na vegetação do manguezal são analisadas a biomassa e a estrutura da vegetação. No monitoramento do caranguejo-uçá são analisadas a densidade e a estrutura populacional, por meio de medição das tocas.
“Nossa equipe faz uma contagem de tocas por área. A partir daí, obtemos dois resultados com essa análise: a estimativa populacional do caranguejo e a média de tamanho, ou seja, se está havendo alguma alteração por algum fator externo. Na Esec é proibida a captura de caranguejo, pois se trata de uma unidade de conservação de proteção integral, e serve mais como área de berçário dessa espécie, que acaba se dispersando para outros manguezais que não estão em áreas protegidas. Com o monitoramento, a gente avalia se as estratégias de proteção estão surtindo efeito”, explicou Iranildo.
A professora da Ueap, Dra. Zenaide Miranda, também comentou sobre o monitoramento do componente vegetal. “Nós fazemos coletas de dados relacionados à altura e ao diâmetro das árvores. O mais importante nesse trabalho é saber como as florestas de mangue estão respondendo às mudanças ao longo do tempo”, ressaltou.
Nesse processo, para analisar os fatores físico-químicos sobre as plantas, a água dos mangues também é monitorada. “Acompanhamos a água intersticial, aquela água que está no solo, onde são analisados os parâmetros de salinidade (teor de sal no solo), potencial hidrogeniônico (pH) e a profundidade para fazer a relação com a estrutura da comunidade de plantas dos manguezais,” explica o pesquisador do Iepa, Dr. Salustiano Vilar da Costa Neto.
Os dados obtidos durante o monitoramento serão processados conforme a orientação do protocolo do Subprograma Marinho Costeiro e servirão de subsídios à gestão da unidade de conservação, permitindo a elaboração de estratégias para conservação do ecossistema de mangue. A ação faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio.
Os manguezais são ecossistemas costeiros localizados na zona entre marés de áreas tropicais e subtropicais, provendo habitat para diversas espécies terrestres, estuarinas e marinhas. Proteção da costa (erosão costeira e tempestades), regulação climática, fonte de alimentos e ecoturismo são alguns dos serviços ecossistêmicos prestados pelos manguezais.
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