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Apreendidos 2 mil caranguejos no entorno de APA
Ação ocorreu na região da Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim, no Rio. Até o final do mês, captura está proibida por causa do período de defeso da espécie
Brasília (24/11/2016) – Operação conjunta, realizada pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Rio, secretarias municipais de Meio Ambiente de Magé, Guapimirim e Niterói e pelo Batalhão Florestal, apreendeu cerca de dois mil caranguejos-uçá.
A ação ocorreu durante o período de defeso da espécie, que compreende os meses de outubro e novembro, para macho e fêmea, e dezembro apenas para a fêmea. As vistorias são realizadas semanalmente por vias aquáticas e terrestres.
Nos primeiros cinco dias da operação conjunta foram feitas apreensões nos rios Guapi-Mirim, Guaraí, Carecibu, na Praia de Piedade e em feiras, mercados de peixe e rodovias. Não houve aplicação de multas nem detenções devido à evasão dos infratores.
Dificuldades
De acordo com o analista ambiental e agente de fiscalização da APA, Zuth Coelho, há dificuldades para aplicação das penalidades. "As pessoas fogem ao perceber a presença da fiscalização, deixando o produto exposto no local. Isso dificulta a identificação dos responsáveis pela captura, comercialização ou transporte dos caranguejos", explica o fiscal.
Segundo ele, o período de defeso é importante para a perpetuação da espécie, tanto para a manutenção dos manguezais e equilíbrio do ecossistema, como para as famílias que dependem dessa prática para se manter.
"Fazemos um trabalho de conscientização com divulgação do período de defeso. As pessoas têm acesso à informação. Além disso, as famílias que dependem da captura do caranguejo recebem um seguro para seu sustento enquanto a prática é proibida", contou Zuth.
A legislação se aplica apenas para o defeso, mas o período de “andada” também é importante para a espécie. Por esse motivo, a captura nessa fase também é coibida na unidade de conservação a fim de assegurar o acasalamento e desova das larvas.
Com a intensificação das fiscalizações no período de defeso, a quantidade de apreensões vêm diminuindo com o passar dos anos e, por essa razão, os próprios caranguejeiros relatam que a quantidade do crustáceo tem aumentado no decorrer do ano.
Soltura
Após a apreensão, os caranguejos são levados à unidade de conservação para contagem, limpeza e pesagem. Depois, são devolvidos aos manguezais, seu habitat natural. Mas, cerca de 20% da carga não resiste ao processo de captura e acaba sendo perdida.
A APA de Guapi-Mirim e a Estação Ecológica da Guanabara realizam diversas campanhas de sensibilização através da distribuição de banners, panfletos e publicações nas redes sociais. Conta também com o programa de voluntariado, que desenvolve o projeto "APA das Escolas", para orientar professores e alunos sobre a importância do período de defeso, principalmente os que estudam nas áreas mais próximas aos mangues, onde filhos e netos de pescadores ajudam a levar esse conhecimento para dentro de suas casas.
Saiba mais
Período de defeso do caranguejo
Outubro e novembro: machos e fêmeas
Dezembro: fêmeas.
Período de andada
Entende-se por "andada" o período reprodutivo em que os caranguejos saem de suas galerias e andam pelo manguezal para acasalamento e liberação de larvas. É o período em que a espécie está mais vulnerável.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9285