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APP é fundamental para manter qualidade da água, diz estudo
Trabalho foi feito na região da Floresta Nacional de Canela, no Rio Grande do Sul
Brasília (20/06/2011) – Estudo divulgado na mais recente edição da revista Ambiente & Água comprova a importância da preservação da faixa marginal de 30 metros em córregos e demonstra que a zona ribeirinha, onde ficam as APPs (Áreas de Preservação Permanente), é fundamental para a melhoria da qualidade da água.
Intitulado “Influência do uso e ocupação do solo na qualidade da água: um método para avaliar a importância da zona ripária”, o trabalho foi produzido por analistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com pesquisadores da Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).
Os resultados demonstram uma alta correlação entre a preservação da vegetação nas ribeiras e a manutenção de uma boa qualidade da água, mesmo em cursos d’água considerados pequenos, com menos de 10 metros de largura. O estudo foi realizado na região da Floresta Nacional de Canela, localizada no município de Canela, na serra gaúcha nos anos de 2006 e 2007.
“Os dados se referem ao bioma Mata Atlântica-Floresta de Araucárias mas o método que estabelecemos poderá ser implementado nos outros biomas”, explica Raul Paixão Coelho, analista ambiental do ICMBio e um dos autores do estudo.
O método de pesquisa incorporou as técnicas de sensoriamento remoto para análise da condição de uso das áreas riparias com modernas técnicas de análises físico-químicas da água. “Fizemos a avaliação do estado de conservação e uso do solo de todas as bacias de drenagem com uso de imagens orbitais e verificações à campo”, destacou o pesquisador Iuri Buffon, tecnólogo em meio ambiente da UERGS.
A doutora em Geoquímica Ambiental Teresinha Guerra, do departamento de Ecologia da UFRGS, explica que não há novidade em se saber que a mata ciliar é “importantíssima” para uma boa qualidade da água pois diversos autores já demonstraram isso.
A novidade, segundo a pesquisadora, é que o método utilizado pode esclarecer dúvidas sobre a largura mais adequada a ser estabelecida para preservação. “Quando utilizamos 30 metros de largura de APP (Área de Preservação Permanente), como preconiza a atual legislação, já encontramos em nossa pesquisa uma alta correlação entre vegetação ciliar e qualidade da água. Pode-se agora replicar a pesquisa e ver quais as consequências com a diminuição para 15 metros ou com um aumento”, diz Guerra.
Ascom/ICMBio
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