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Após incêndio, Taim já dá sinais de recuperação
Área verde surgiu em meio ao solo devastado da UC gaúcha
Brasília (15/04/2013) – Pouco mais de uma semana após o incêndio que consumiu 5,6 mil hectares de vegetação, a Estação Ecológica (Esec) do Taim, no Rio Grande do Sul, começa a dar sinais de recuperação. Nesse fim de semana, uma nova área verde surgiu em meio ao solo devastado pelas 200 horas de fogo, de 26 de março a 3 de abril.
De acordo com o chefe da reserva, Henrique Ilha, a expectativa é que o Taim esteja totalmente recuperado em um ano. “O que a gente vê aqui é que no local onde o fogo passou queimou toda parte aérea, mas a parte inferior está viva. Ela está em processo de crescimento novamente”, afirmou.
Ambientalistas da Universidade Federal de Rio Grande (FURG) vão acompanhar o comportamento da vegetação durante esse período. “Estamos chegando aqui pela primeira vez, tentando fazer um diagnóstico do que aconteceu após o incêndio. Inicialmente é tentar acompanhar a regeneração da vegetação”, disse Claudio Trindade, pesquisador da FURG, que esteve na sexta-feira (12) na reserva.
Raios
O incêndio no Taim começou no dia 26 de março, provocado por raios que caíram durante a madrugada numa área de banhado. Logo que perceberam o fogo, gestores da unidade iniciaram a mobilização para conter as chamas, que rapidamente se alastraram.
Pelo ar, aviões agrícolas de empresas da região iniciaram o combate. A cada voo, 600 litros eram despejados na linha de fogo. O reforço veio com aviões contratados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela reserva. A cada dia 70 voos eram feitos com 6 mil litros de água em cada avião.
O combate por terra era quase impossível. Catorze brigadistas foram mobilizados, mas os trabalhos só foram executados em locais mais secos. Mesmo assim, enfrentando o banhado, a ação foi determinante para diminuir os estragos.
A Estação Ecológica do Taim fica na Região Sul do estado, entre os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Criada em 1986, é um dos mais importantes ecossistemas do país por ficar no meio do Oceano Atlântico e da Lagoa Mirim. A área é de quase 33 mil hectares, mas apenas 11 mil estão prevista em lei. A proposta de ampliação segue sendo debatida em Brasília e prevê a desapropriação de terrenos utilizados para a pecuária.
A abundância de água e de alimento atrai centenas de espécies de aves. Algumas migratórias, como o maçarico, que viaja 8 mil km sem parar desde o Canadá até a reserva ecológica. E também o cisne do pescoço preto, ave que é simbolo do município de Rio Grande.
Comunicação ICMBio – (61) 3341-9280 – com informações do G1