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APA do Rio Paraná capacita educadores ambientais
Publicado em
12/09/2018 14h22
A ação pretende qualificar pescadores profissionais e agricultores familiares a participar da gestão do território.
Nesta última semana de agosto (dias 28, 29 e 30), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou a capacitação em Educação Ambiental na Gestão da Biodiversidade “Do despertar do senso crítico à inserção nos espaços sociais”. A capacitação ocorreu na Área de Proteção Ambiental (APA) das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, e teve como objetivo a construção de processos educativos que propiciem uma visão crítica das circunstâncias ambientais da APA, com o maior envolvimento e participação dos pescadores profissionais e agricultores familiares nos espaços de gestão do território.
O instrutor da capacitação e analista ambiental do ICMBio Cláudio Fabi explica que a educação ambiental crítica se propõe a evidenciar os conflitos socioambientais existentes no território para que desta forma os problemas sejam verdadeiramente discutidos com aqueles que são mais atingidos pela perda dos recursos naturais. “Este é um meio de darmos voz àqueles que são menos ouvidos, para que possamos evitar que ocorram injustiças ambientais. Ao qualificar para o debate com os grupos com menor representatividade, podemos fortalecê-los para que busquem maior equilíbrio nas relações de poder existentes na gestão territorial”, salienta Cláudio Fabi.
De acordo com a analista ambiental do CORIPA, Letícia Nunes Araujo, essa é a primeira vez que a educação ambiental é abordada na região sob o enfoque crítico e, como requisito para a conclusão da capacitação, os participantes elaborarão projetos de educação ambiental para a comunidade de pescadores profissionais e agricultores familiares. “Os participantes terão o importante papel de multiplicadores junto à sociedade, para que possamos dar continuidade à educação ambiental crítica na APA mesmo após a conclusão da capacitação” explicou.
Luzia Pereira da Silva, uma das alunas da capacitação, já está visualizando o que aprendeu sendo aplicado na prática em seu município. “Todo o poder aquisitivo do município é do trabalhador rural, do pequeno agricultor. Pensando no projeto, a ideia é fazermos uma proposta pensando lá na nossa realidade. Para esse curso eu trouxe expectativa e estou levando conhecimento para desenvolver na minha comunidade e no município”, disse Luzia, que é agricultora de Taquarussu/MS, município que está localizado integralmente no interior da APA.
A pescadora de Rosana Isabel Percilia de Oliveira alerta sobre a degradação do rio Paraná. “Um rio Paraná como está, nós nunca vimos. Não vamos esperar tragédias para valorizarmos nosso rio. Eu, falando com a voz dos ilhéus e pescadores, digo que nós precisamos de ajuda”, ressaltou. Preocupada com a falta de peixes no rio e com a necessidade de garantir a manutenção tanto de peixes como de pescadores, se diz motivada a levar o trabalho adiante. “Queria abraçar o mundo, mas meus braços não alcançariam, então, decidi abraçar a comunidade onde vivo”, afirmou.
A capacitação é uma iniciativa do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) ICMBio Rio Paraná e da Divisão de Gestão Participativa e Educação Ambiental (DGPEA), realizada com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio do Consórcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do Rio Paraná e Áreas de Influência (CORIPA). Dividida em dois módulos, a segunda parte da capacitação ocorrerá nos dias 1, 2 e 3 de outubro na Estação Ecológica do Caiuá, unidade de conservação estadual gerida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), também parceiro da ação.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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