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UC catarinense avalia impactos do turismo embarcado
Pesquisa iniciada nesta semana na APA da Baleia Franca estuda o comportamento dos animais antes, durante e depois da aproximação dos barcos, além do nível de ruídos subaquáticos
Brasília (23/06/2017) – A Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no litoral de Santa Catarina, iniciou nesta semana pesquisa científica com objetivo de avaliar os impactos do uso de embarcações para observação de baleias.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), do Projeto Baleia Franca e servidores do ICMBio testaram na praia do Mar Grosso, em Laguna (SC), os equipamentos que serão usados para caracterizar o nível de ruídos subaquáticos produzidos pelas embarcações. A Polícia Militar Ambiental deu suporte à atividade, fornecendo embarcações e tripulantes.
Além do nível de ruídos subaquáticos, a pesquisa, que terá continuidade durante os próximos três anos, irá avaliar o comportamento das baleias franca antes, durante e após a aproximação das embarcações, para determinar como a atividade afeta o cotidiano dos animais, que buscam as enseadas da APA da Baleia Franca para terem seus filhotes e os amamentar.
“Como resultados da pesquisa, esperamos verificar se a observação embarcada pode ser realizada sem impactos negativos aos animais, nesse caso poderemos propor um zoneamento espacial, definir a capacidade de carga da atividade de turismo de observação de baleias embarcado , rotas, velocidade de navegação das embarcações turísticas na área entre Garopaba e Laguna, de forma a estabelecer critérios que possibilitem assegurar que o turismo embarcado seja realizado de forma sustentável”, explica o professor Pedro Volkmer de Castilho, da Udesc, que coordena a pesquisa.
O turismo de observação de baleias embarcado (Tobe) está suspenso na região da APA da Baleia Franca desde 2012 pela Justiça Federal. Um dos pontos que levou a Justiça a proibir a atividade foi justamente a falta de informações referentes aos possíveis impactos provocados às baleias pelas embarcações.
Atualmente, o entendimento da Procuradoria Federal Especializada junto ao ICMBio é o de que as decisões judiciais mais recentes permitem que o órgão autorize o retorno do Tobe na APA da Baleia Franca, desde que o plano de fiscalização apresentado à Justiça pelo instituto seja plenamente cumprido na unidade de conservação.
No entanto, a pesquisa é essencial para atestar a viabilidade do Tobe, do ponto de vista da conservação da baleia franca. “A pesquisa, além da evidente relevância acadêmica tendo em vista a escassez de dados científicos sobre o assunto, subsidiará os gestores da APA para garantir que o TOBE possa ser realizado sem que haja o molestamento das baleias franca, cuja proteção é a principal finalidade da existência desta unidade de conservação”, avalia Cecil Barros, chefe da APA da Baleia Franca.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações da APA da Baleia Franca