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Aos 38 anos, reserva do Jaru guarda flora e fauna raras
Aniversário da unidade de conservação em Rondônia será comemorado neste fim de semana, juntamente com os 10 anos do Instituto Chico Mendes
Brasília (06/07/2017) – A Reserva Biológica (Rebio) do Jaru, em Rondônia, completa 38 anos de criação na próxima terça-feira (11), mas os festejos ocorrem neste fim de semana. No sábado (8), haverá reunião do conselho gestor e caminhada na Trilha da Cachoeirinha. No domingo (9), será realizada excursão ao interior da reserva com a participação de convidados. Junto com o aniversário da unidade, serão comemorados os 10 anos de criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a Rebio.
A Reserva Biológica do Jaru tem sede no município de Ji-Paraná e influencia diretamente comunidades do entorno como Santa Rosa-Vale do Paraiso, Machadinho D’Oeste e Vale do Anari. É a única unidade de conservação federal de proteção integral localizada na divisa de Rondônia com Mato Grosso, no interflúvio Madeira-Tapajós, uma das regiões brasileiras menos conhecidas cientificamente e de maior interesse para conservação do ponto de vista biológico. O local é apontado como uma das principais zonas de endemismos na Amazônia Meridional.
Com 353 mil hectares, a reserva mantém extensa área de Floresta Ombrófila Aberta (de transição entre a Floresta Amazônica e outras áreas extra-amazônicas) praticamente intocada, sendo praticamente o único maciço florestal com considerável nível de preservação na região leste de Rondônia. Desse modo, é um dos mais importantes refúgios para a fauna silvestre do estado e de toda a região.
Praticamente isolada de outras áreas protegidas, conectada apenas à Terra Indígena Igarapé Lourdes em sua divisa sul, a reserva tem seu entorno considerado como prioritário para conservação da biodiversidade amazônica.
Sua diversidade geológica resultou em uma variedade de paisagens e ambientes diferenciados, como vegetações rupestres, buritizais, tabocais e barreiros, que garantem grande riqueza florística e faunística, de elevada importância biológica.
A ocorrência de espécies endêmicas (exclusivas do local), raras, vulneráveis ou ameaçadas de extinção faz da reserva biológica uma área de extrema importância para a realização de pesquisas mais detalhadas sobre o bioma amazônico.
A unidade abriga espécies arbóreas, como castanheira, mogno, cerejeira e cedro, e da fauna, como a mãe-de-taoca-papuda, espécie endêmica do interflúvio Madeira-Tapajós, choca-de-garganta-preta e cachorro-do-mato- de-orelha-curta, raras em nível nacional, além do bicudo-encarnado, urutau-de-asa-branca, sapo-de-chifres , surucucu-do-pantanal e zogue-zogue, raras em nível estadual.
A reserva é moradia, ainda, de espécies de topo de cadeia trófica (alimentar), como o gavião-real, uiraçu-falso, onça pintada, suçuarana, ariranha, entre outras muito sensíveis à perda e fragmentação do habitat.
Diante da importância para a preservação da fauna e flora da Amazônia e do grande potencial científico, já há um movimento no sentido de ampliar os limites da unidade com o objetivo de proteger a totalidade das serras do Moquém e Providência.
Comunicação ICMBio - (61) 2028-9280 - com informações da Reserva Biológica do Jaru (Patrícia Ribeiro)