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Aos 22 anos, Projeto Golfinho-Rotador mostra resultados
São 5.532 dias e 39.554 horas de observação e 1.289 mergulhos
Brasília (23/08/2012) – O Projeto Golfinho-Rotador completa 22 anos nesta quinta-feira (23), apresentando resultados que o colocam na condição de uma das mais respeitadas iniciativas de conservação do mundo. Coordenado pelo Centro Mamíferos Aquáticos, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e executado pelo Centro Golfinho-Rotador, o projeto é responsável pelas ações de proteção desse simpático animal no arquipélago de Fernando de Noronha, no litoral de Pernambuco.
“A alta frequência de golfinhos-rotadores, a falta de conhecimento sobre esses animais e a iminência do crescimento desordenado do turismo em Fernando de Noronha levaram à criação do Projeto Golfinho Rotador em 23 de agosto de 1990”, conta José Martins, analista ambiental do ICMBio, fundador e coordenador do projeto.
Atualmente, segundo Martins, o Golfinho-Rotador conta com patrocínio da Petrobras e apoio financeiro do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direito Difuso do Ministério da Justiça e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Realizações
Nesses 22 anos, o projeto acumula várias realizações. José Martins cita algumas: “Propomos, divulgamos e passamos a fiscalizar o cumprimento das normas de conservação de cetáceos em Fernando de Noronha; inserimos a temática da sustentabilidade da ocupação humana na ilha; contribuimos para ampliar a consciência dos ilhéus e visitantes quanto à necessidade de se preservar os golfinhos; descrevemos para a espécie Stenella longirostris os comportamentos de descanso, reprodução, guarda e amamentação em ambiente natural; e capacitamos noronhenses para atuar no mercado de trabalho no turismo”.
Ainda segundo José Martins, o Projeto Golfinho Rotador atua no Distrito Estadual de Fernando de Noronha, com a comunidade local e com os visitantes, mas desenvolve também ações de pesquisa em todo o mar territorial do Nordeste e participa de atividades científicas, de divulgação e políticas no Brasil e no exterior. As ações são executadas por meio de três programas: pesquisa, educação ambiental e envolvimento comunitário.
Pesquisa
O programa de Pesquisa, explica Martins, consiste no estudo da história natural dos golfinhos-rotadores por meio de setes subprogramas: ocupação e distribuição de cetáceos, ecologia comportamental, catalogação dos golfinhos, caracterização genética, interação do turismo com os golfinhos, comportamento trófico e Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos. “Os pesquisadores somam 5.532 dias e 39.554 horas de observação e 1.289 mergulhos com golfinhos em Noronha. Os resultados das pesquisas foram publicados em três teses de doutorado, cinco dissertações de mestrado, 32 trabalhos de conclusão de curso e 127 trabalhos científicos”, informa José Martins.
O programa de Educação Ambiental, realizado em parceria com a APA e o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e a Escola AFN, tem como foco a temática marinha e as inter-relações ecológicas desse ecossistema com o cotidiano da população local e dos visitantes. Atua por meio de oficinas ambientais temáticas e orientação à visitação turística. “Foram realizados atendimentos a 331.985 turistas por meio de orientação em campo e palestra. Para os estudantes noronhenses, foram promovidas 646 oficinas teóricas e práticas de educação ambiental, envolvendo 8,1 mil alunos”, ressalta o coordenador.
Envolvimento da comunidade
Já o programa de Envolvimento Comunitário, destaca José Martins, objetiva estimular o desenvolvimento sustentável de Fernando de Noronha, promovendo, entre outras coisas, a capacitação profissional dos moradores. Busca, também, consolidar a representatividade em conselhos locais e apoia iniciativas culturais e esportivas. Nessa linha, são executados quatro subprogramas: Capacitação Profissional, Sustentabilidade, Gestão Participativa e Apoio Cultural. “Entre as principais ações desse programa estão a realização de 54 cursos profissionalizantes em ecoturismo para a comunidade noronhense, atingindo 2.695 ilhéus, e auditoria socioambiental de 75 hospedarias domiciliares”, reforça o analista ambiental do ICMBio.
Além disso, conclui Martins, o Projeto Golfinho Rotador também participa ativamente em todos os seis conselhos comunitários de FN (do parque, da APA, de Turismo, de Assistência Social, de Educação e de Saúde) e dá apoio financeiro e logístico a três grupos culturais e esportivos locais (maracatu, capoeira e surf).
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280