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Anzol criado pelo Tamar salva tartarugas durante pesca
Publicado em
05/05/2011 20h18
Atualizado em
13/09/2012 14h54
Equipamento é mais arredondado que o comum e fisga mais peixes
Brasília (05/05/2011) – Um novo modelo de anzol, criado pelos técnicos do Projeto Tamar, diferente do que é usado há décadas para a modalidade de pesca de espinhel, contribui para reduzir a captura de tartarugas marinhas e aumentar a quantidade de peixes fisgados pelos pescadores no litoral brasileiro.
O projeto Tamar é do Centro de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e tem o apoio da Petrobras.
O anzol proposto pelo Tamar é mais arredondado que o comum. Hoje, o modelo é usado em pesca esportiva de marlim e na captura de peixes que se escondem no fundo do mar. Quando abocanhado pela tartaruga, o anzol arredondado escorrega da boca com maior facilidade. Caso fisgue o animal, será pelo bico, o que vai provocar um ferimento mais leve que o do anzol normalmente usado.
Já a pesca de espinhel é feita em alto-mar. Linhas de vários quilômetros de extensão são soltas na água, cada uma delas com em média mil anzóis. Incrementados com iscas como a cavalinha ou a lula, os anzóis atraem peixes de grande porte, como tubarões, atuns e mecas. O problema é que, em busca de alimento, muitas tartarugas também acabam fisgadas. Pescadores que trabalham há 40 anos no mar dizem que em cada lance de espinhel é comum serem puxadas de 30 a 40 tartarugas.
ITAJAÍ – De acordo com o oceanógrafo Fernando Niemeyer Fiedler, que trabalha no projeto Tamar, em Itajaí (SC), a maioria das tartarugas fisgadas pelo anzol comum, em formato de torpedo, acabam morrendo em função dos ferimentos. Isso porque o equipamento fica preso no esôfago do animal. As mais prejudicadas com esse tipo de captura são a tartaruga cabeçuda e a tartaruga gigante, ambas em risco de extinção.
Uma pesquisa feita pelo Tamar, junto aos pescadores da região, demonstrou que a simples mudança no formato do anzol pode evitar a morte das tartarugas. A novidade, entretanto, ainda esbarra na desconfiança de muitos trabalhadores do mar, que resistem à mudança.
Técnicos do projeto Tamar têm trabalhado para convencer os trabalhadores da pesca industrial em Itajaí, maior polo pesqueiro de Santa Catarina. Em abordagens semanais, feitas nos barcos de espinhel que estão ancorados ao longo do Rio Itajaí-açu, eles explicam os benefícios do anzol arredondado e tentam persuadir os pescadores a experimentarem o equipamento.
“Existe muita resistência porque, para o pescador, é uma mudança tecnológica grande. É difícil mudar uma forma tradicional de pescar, mesmo demonstrando que, com o anzol arredondado, pegam-se não só menos tartarugas, mas também mais peixes”, comenta Fiedler.
Outro problema apontado pelos pescadores é o preço do anzol arredondado. Enquanto o comum custa em média R$ 2, o anzol proposto pelo Tamar é vendido por R$ 2,50 em casas especializadas. Como cada embarcação leva em média mil desses equipamentos, a diferença pode pesar no bolso.
Fonte: Imprensa de Santa Catarina
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280
O projeto Tamar é do Centro de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e tem o apoio da Petrobras.
O anzol proposto pelo Tamar é mais arredondado que o comum. Hoje, o modelo é usado em pesca esportiva de marlim e na captura de peixes que se escondem no fundo do mar. Quando abocanhado pela tartaruga, o anzol arredondado escorrega da boca com maior facilidade. Caso fisgue o animal, será pelo bico, o que vai provocar um ferimento mais leve que o do anzol normalmente usado.
Já a pesca de espinhel é feita em alto-mar. Linhas de vários quilômetros de extensão são soltas na água, cada uma delas com em média mil anzóis. Incrementados com iscas como a cavalinha ou a lula, os anzóis atraem peixes de grande porte, como tubarões, atuns e mecas. O problema é que, em busca de alimento, muitas tartarugas também acabam fisgadas. Pescadores que trabalham há 40 anos no mar dizem que em cada lance de espinhel é comum serem puxadas de 30 a 40 tartarugas.
ITAJAÍ – De acordo com o oceanógrafo Fernando Niemeyer Fiedler, que trabalha no projeto Tamar, em Itajaí (SC), a maioria das tartarugas fisgadas pelo anzol comum, em formato de torpedo, acabam morrendo em função dos ferimentos. Isso porque o equipamento fica preso no esôfago do animal. As mais prejudicadas com esse tipo de captura são a tartaruga cabeçuda e a tartaruga gigante, ambas em risco de extinção.
Uma pesquisa feita pelo Tamar, junto aos pescadores da região, demonstrou que a simples mudança no formato do anzol pode evitar a morte das tartarugas. A novidade, entretanto, ainda esbarra na desconfiança de muitos trabalhadores do mar, que resistem à mudança.
Técnicos do projeto Tamar têm trabalhado para convencer os trabalhadores da pesca industrial em Itajaí, maior polo pesqueiro de Santa Catarina. Em abordagens semanais, feitas nos barcos de espinhel que estão ancorados ao longo do Rio Itajaí-açu, eles explicam os benefícios do anzol arredondado e tentam persuadir os pescadores a experimentarem o equipamento.
“Existe muita resistência porque, para o pescador, é uma mudança tecnológica grande. É difícil mudar uma forma tradicional de pescar, mesmo demonstrando que, com o anzol arredondado, pegam-se não só menos tartarugas, mas também mais peixes”, comenta Fiedler.
Outro problema apontado pelos pescadores é o preço do anzol arredondado. Enquanto o comum custa em média R$ 2, o anzol proposto pelo Tamar é vendido por R$ 2,50 em casas especializadas. Como cada embarcação leva em média mil desses equipamentos, a diferença pode pesar no bolso.
Fonte: Imprensa de Santa Catarina
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280