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Ações integradas combatem caça ilegal nas UCs
Publicado em
16/06/2020 11h38
Atualizado em
16/06/2020 11h46
ICMBio tem alcançado bons resultados com patrulhamento constante, ferramentas de monitoramento e parceria com polícias e órgãos do meio ambiente.
A caça é proibida no país desde a década de 60, mas ainda hoje ela é uma realidade. (Foto: Marco Antônio Freitas)
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tem combatido e reduzido a caça de animais nas unidades de conservação federais. Para isso, tem realizado operações padrões de fiscalização em conjunto com as polícias e institutos do meio ambiente nos estados, o patrulhamento constante da unidade e do entorno, o uso de ferramentas de monitoramento para identificar os infratores em pontos estratégicos e fechamento de acessos.
A caça é proibida no país desde a década de 60, mas hoje ela é uma realidade e já reduziu a população de várias espécies, trazendo desequilíbrio ambiental. Todo infrator pego em flagrante caçando dentro de unidade de conservação federal é preso e encaminhado para uma delegacia. O caçador poderá responder por diversos crimes na esfera civil e criminal por crime ambiental, além do porte de arma.
Para abater os animais, são diversas as armadinhas montadas pelos caçadores para atraí-los. Um estudo sobre os mamíferos silvestres no maior remanescente contínuo da floresta de Mata Atlântica, na porção leste do estado de São Paulo, indica que onde a caça persiste, causa a extinção local de animais de grande porte, como o queixada (Tayassu pecari) e a anta (Tapirus terrestris). Esses grandes mamíferos desempenham um papel fundamental na dispersão de sementes, na fertilização do solo e na renovação da floresta.
Agentes do Parna do Iguaçu, muitas vezes, percorrem entre 15 a 25 quilômetros dentro da mata fechada em operações de fiscalização. (Foto: Acervo/ICMBio)
Iguaçu destrói 65 estruturas de caça
Para combater esse tipo de crime ambiental, desde janeiro de 2020, o Parque Nacional do Iguaçu, em conjunto com a Polícia Militar Ambiental do Paraná, já deflagrou seis operações de fiscalização dento da unidade. Ainda, conta com equipes diariamente em patrulhamento pela área e utiliza ferramentas de monitoramento, que tem alcançado bons resultados e identificado os infratores em pontos estratégicos. Os agentes, muitas vezes, percorrem entre 15 a 25 quilômetros dentro da mata fechada nestas operações.
Nos primeiros cinco meses de 2020, as operações já conseguiram destruir aproximadamente 65 estruturas próprias de caça dentro da unidade (saleiros, cevas e poleiro de madeira), além de oito acampamentos de caça dentro do Parque, sendo que nove pessoas foram presas e seis armas de fogo apreendidas com diversas munições.
Fiscais apreendem armas, armadilhas, espingardas e munições. (Foto: Marco Antônio Freitas)
Aumento de animais circulando pela Estação Ecológica de Murici
As ações permanentes de fiscalização também conseguiram reduzir de forma significativa a caça esportiva dentro da Estação Ecológica de Murici (Esec) e da Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici, em Alagoas. Hoje, já se nota a redução da caça pelo número de animais cinegéticos que a equipe encontra com mais facilidade, o abandono de diversas trilhas e acessos e a pouca insistência dos moradores do entorno em manter aves silvestres cativas.
Em parceria com o Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar de Alagoas, o ICMBio realizou, de 2017 até abril de 2020, 18 operações. Em todas, os resultados foram apreensões de aves, armadilhas, espingardas, munições, prisões e multas. De 2017 até 1 de junho, foram destruídos 20 acampamentos, apreendidas 101 espingardas, 91 tatuzeiras, 2.440 gaiolas e alçapões, 2.017 aves apreendidas e libertadas. Além disso, 28 prisões em flagrante de pessoas que estavam entrando ou saindo da Esec Murici com caça ou armas de caça. Foram lavrados 144 autos de infrações (de 2017 a junho de 2020). O acesso à unidade é fechado, e o monitoramento é diário.
Parna de Brasília flagra caçadores
No mês passado, os agentes de fiscalização do Parque Nacional de Brasília perceberam uma movimentação de caçadores dentro da unidade de conservação. Os agentes planejaram o flagrante e pegaram quatro pessoas que estavam indo à unidade pescar ilegalmente. Os indivíduos foram levados para a Polícia Federal, prestaram depoimento, foram liberados, mas respondem por crime ambiental. O flagrante foi na área do Parque onde fica a represa de Santa Maria, que abastece todo o Plano Piloto com água potável.
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