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RAN salva 63 milhões de filhotes de tartarugas-da-amazônia em 33 anos
Projeto é uma das estratégias de conservação mais bem sucedidas no país
Brasília (19/12/2012) – O Programa de Conservação de Quelônios da Amazônia, desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), garantiu, nos seus 33 anos de existência, o nascimento em unidades de conservação (UCs) e outras áreas protegidas de 63 milhões de filhotes de tartarugas e monitorou 80 mil matrizes (fêmeas). Os números, divulgados agora, confirmam que o PQA é, sem dúvida, uma das estratégias de conservação da fauna brasileira mais bem sucedidas na história ambiental do país.
No momento, o RAN está consolidando as informações do programa em bases de dados no Sistema de Gestão da Informação dos Quelônios Amazônicos (SisQuelônios). A ferramenta subsidiará análises biológicas, ambientais e populacionais das espécies monitoradas, favorecendo futuras avaliações do estado de conservação desses animais e da efetividade das unidades de conservação na manutenção dos seus estoques populacionais viáveis.
Quelônios e o PQA
Quelônios são animais com casco, como tartarugas, tracajás e içás. O programa tem como objetivo principal a conservação das tartarugas-da-amazônia, por meio de projetos específicos direcionadas às unidades de conservação (UC) do bioma amazônico, conforme planejamento estratégico que estabeleceu as diretrizes institucionais de pesquisa, monitoramento e manejo dessas espécies, por meio de protocolos sistematizados.
No Brasil, a exploração das espécies de quelônios que ocorrem na Amazônia data do período colonial, tendo sido relatada por naturalistas e pesquisadores como Walace, Bates, José Veríssimo, Emílio Goeldi e Alfinito, que descreveram densidades extraordinárias de ninhos e a maciça utilização de ovos na produção comercial de óleo, bem como o intenso consumo da carne desses animais.
Na década de 1970, as espécies Podocnemis expansa (tartaruga-da-amazônia) e Podocnemis unifilis (tracajá) estavam na iminência de entrar para a lista de animais brasileiros em ameaçados de extinção, o que motivou a criação do Projeto Quelônios da Amazônia, em 1979. Com o projeto, as ações conservacionistas foram fortalecidas, ampliadas e, com os conhecimentos técnicos acumulados ao longo dos anos, foi estabelecida uma metodologia básica para a proteção e manejo in situ (na natureza) desses animais, adaptada e implementada por diversas instituições e organizações não governamentais até os dias atuais.
"O programa têm proporcionado a conservação e a recuperação das populações naturais de quelônios amazônicos e, consequentemente, contribuído para a conservação da biodiversidade a eles associada. Graças aos esforços dos gestores do projeto, em suas diversas interfaces e eixos temáticos, nenhuma das espécies foi listada em alguma categoria de ameaça no território brasileiro, mesmo muitas delas sofrendo intensa sobrexploração pelo consumo e comércio ilegal", afirmou Vera Lúcia Ferreira Luz, coordenadora do RAN.
Serviço:
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Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280