Conheça as Tartarugas Marinhas
No planeta existem sete espécies de tartarugas marinhas. Desse total, cinco espécies frequentam a costa brasileira. Conheça um pouco sobre as tartarugas marinhas que frequentam a costa brasileira e o estado de conservação de cada uma, segundo Portaria GM/MMA Nº 300, de 13.12.22.
TARTARUGA-DE-COURO
Nome Científico: Dermochelys coriacea.
Nomes comuns: Tartaruga-de-couro ou Tartaruga-gigante.
Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Criticamente em Perigo (Portaria GM/MMA Nº 300, de 13.12.22).
Peso: Pode chegar a aproximadamente 500kg.
Carapaça: possui 7 quilhas longitudinais, sem placas. As fêmeas adultas do Brasil têm Comprimento Curvilíneo da Carapaça entre 124,7 e 182,0 cm.
Coloração: é negra com manchas brancas, azuladas e rosadas. O ventre tem coloração similar à carapaça, porém, com manchas mais claras.
Cabeça e Nadadeiras: são recobertas de pele sem placas ou escudos. Casco (carapaça): Carapaça formada por costelas curtas e não fusionadas, recoberta por uma camada de pele fina e resistente e milhares de pequenas placas ósseas subcutâneas, daí o nome popular tartaruga-de-couro. A cabeça é proporcionalmente pequena em relação ao corpo, com a maxila superior recoberta por lâminas afiadas em forma de “W”, para a captura de águas-vivas. E as nadadeiras dianteiras podem chegar a mais de dois metros.
Área de Desova e Temporada Reprodutiva: A temporada reprodutiva da Dermochelys coriacea acontece somente no litoral norte do ES, de setembro a março, com pico de desova de novembro a janeiro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a fevereiro; e uma população diferente desova no Delta do Parnaíba, litoral do Piauí.
Dieta: A tartaruga-de-couro possui comportamento mais pelágico do que as outras tartarugas, passando grande parte de sua vida no oceano aberto, raramente aproximando-se da costa para se alimentar. Alimentam-se de organismos gelatinosos como águas vivas e salpas.
TARTARUGA-DE-PENTE
Nome Científico: Eretmochelys imbricata.
Nomes comuns: Tartaruga-de-pente ou Tartaruga-legítima.
Status internacional: Criticamente em Perigo (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Em Perigo (Portaria GM/MMA Nº 300, de 13.12.22).
Peso: Pode chegar a aproximadamente 80kg.
Carapaça: possui dois pares de placas/escamas ou escudos pré-frontais e 3 (três) pares de pós-orbitais. Pode chegar entre 76,8 e 97,4 cm de Comprimento Curvilíneo de Carapaça nas principais áreas de desova no Brasil.
Coloração: tem a carapaça de coloração marron e o ventre amarelo claro.
Cabeça e Nadadeiras: A cabeça é relativamente pequena, estreita e alongada. O bico se assemelha ao bico de um falcão. As nadadeiras anteriores (dianteiras) possuem duas unhas.
Áreas de desova e Temporada Reprodutiva: A temporada reprodutiva da Eretmochelys imbricata - no litoral sul do RN - vai de novembro a junho, com pico de desova de janeiro a março e piso de eclosão de fevereiro a maio; e - no litoral norte da BA - vai de setembro a maio, com pico de desova de novembro a fevereiro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a abril.
Dieta: Assim como acontece com as tartarugas cabeçudas, os filhotes da tartaruga-de-pente são pelágicos, vivendo em oceano aberto, associados aos aglomerados de sargaços e outros materiais flutuantes na superfície. Ao deixar o meio pelágico, as tartarugas-de-pente juvenis e adultas passam a alimentar-se de esponjas e corais, bem como de tunicados, crustáceos, anêmonas, ouriços e moluscos.
TARTARUGA-CABEÇUDA
Nome Científico: Caretta caretta
Nomes comuns: Tartaruga-cabeçuda ou Tartaruga-mestiça
Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)
Status no Brasil: Vulnerável (classificação do MMA)
Peso: Pode chegar a aproximadamente 180kg.
Carapaça: possui 5 (cinco) pares de placas laterais, sendo que as placas são justapostas. A carapaça das fêmeas adultas do Brasil tem medida curvilínea média de 103 cm de comprimento.
Coloração: marrom-amarelada e o ventre amarelo claro.
Cabeça e nadadeiras: possui 2 (dois) pares de placas (ou escudos) pré-frontais e 3 (três) pares pós-orbitais. O tamanho da cabeça é grande e relativamente desproporcional ao corpo. As nadadeiras anteriores (dianteiras) são curtas e grossas, com duas unhas;
Áreas de desova e Temporada reprodutiva: A temporada reprodutiva da Caretta caretta acontece em 4 trechos do litoral brasileiro: 1. no litoral de SE - vai de agosto a julho, com pico de desova de novembro a março, e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a maio; 2. no litoral norte da BA - de setembro a maio, com pico de desova de novembro a fevereiro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a abril; 3. no litoral norte do ES, de setembro a março, com pico de desova de novembro a janeiro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a fevereiro; e 4. no litoral norte do RJ, de setembro a março, com pico de desova de novembro a dezembro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a fevereiro.
Dieta: em habitat pelágico os filhotes são encontrados associados aos aglomerados flutuantes de sargaço ou outro material em oceano aberto,
alimentando-se de ovos e larvas de camarão, larvas de peixe, algas, dentre outros. Quando juvenis, ainda no ambiente pelágico, possuem uma dieta variada de algas, salpas, águas-vivas, peixes, entre outros organismos. Quando migram para a região nerítica, juvenis e adultos passam a se alimentar da fauna bentônica, principalmente crustáceos e moluscos.
TARTARUGA-OLIVA
Nome Científico: Lepidochelys olivacea
Nomes comuns: Tartaruga-oliva
Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Vulnerável (classificação do MMA).
Peso: Pode chegar a aproximadamente 50kg
Carapaça: A carapaça possui de 5 (cinco) a 9 (nove) pares (normalmente 6) de placas laterais, sendo que as placas são assimétricas. A carapaça tem medida curvilínea média de 73,1 cm de comprimento.
Coloração: tem o dorso verde oliva e o ventre amarelo claro. São acinzentadas quando juvenis e verde-acinzentadas-escuras quando adultas.
Cabeça e Nadadeiras: a cabeça possui 2 (dois) pares de placas (ou escudos) pré-frontais e 3 (três) pares pós-orbitais. Nadadeiras: Dianteiras com duas unhas visíveis.
Área de desova e Temporada reprodutiva: A temporada reprodutiva da Lepidochelys olivacea - no litoral de SE - vai de agosto a julho, com pico de desova de novembro a março, e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a maio; e no litoral norte da BA - de setembro a maio, com pico de desova de novembro a fevereiro e pico de eclosão dos ninhos de dezembro a abril.
Dieta: Em sua fase adulta, a tartaruga-oliva utiliza uma variedade de habitat para alimentação, como águas profundas, habitat pelágico e ambiente bentônico em águas rasas. Alimentam-se basicamente de algas, siris, salpas, peixes, águas-vivas, moluscos, ovos de peixes, crustáceos, briozoários, dentre outros organismos. Essa espécie, no Brasil, utiliza áreas neríticas ao longo das costas do Pará, Rio Grande do Norte e Alagoas, entre Pernambuco e Paraíba e, em menor intensidade, a costa norte do Espírito Santo e litoral norte do Rio de Janeiro como áreas de alimentação. Além disso, há grande migração observada em direção à costa africana, na região do tropical.
TARTARUGA-VERDE
Nome Científico: Chelonia mydas
Nomes comuns: Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã
Status internacional: Em Perigo (classificação da IUCN).
Status no Brasil: Quase Ameaçada (classificação do MMA).
Peso: pode chegar a aproximadamente 230kg.
Carapaça: A carapaça possui 4 (quatro) pares de placas laterais, sendo que as placas são justapostas. A carapaça dos animais adultos do Brasil tem medida curvilínea média de 115,6 cm de comprimento.
Coloração: verde-acinzentada, com o ventre branco nas populações do Atlântico. Os filhotes possuem o dorso negro e o ventre branco.
Cabeça e nadadeiras: A cabeça possui 01 (um) par de placas (ou escudos) pré-frontais e 4 (quatro) pares de escudos pós-orbitais.
Áreas de desova e Temporada reprodutiva: A temporada reprodutiva da Chelonia mydas, vai de dezembro a junho, com piso de desovas de janeiro a março e piso de eclosão dos ninhos de fevereiro a maio. A espécie desova nas ilhas oceânicas de Trindade/ES, Atol das Rocas/RN e Fernando de Noronha/PE.
Dieta: Quando ainda filhotes, a tartaruga-verde é onívora, alimentando-se de matéria orgânica, águas-vivas, salpas, etc. Quando no estágio juvenil, ao migrar do meio pelágico para o meio nerítico, a tartaruga verde também passa a ter um hábito predominantemente herbívoro, alimentando-se principalmente de gramíneas marinhas e algas.