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Na COP11, no Equador, Centro TAMAR/ICMBio representa o Brasil
Perda de habitat, poluição, alterações climáticas e comércio ilegal. Essas são algumas das ameaças que foram debatidas, de 11 a 14 de junho, na Conferência das Partes (COP11), da Convenção Interamericana para a Proteção e Conservação das Tartarugas Marinhas (IAC), em Manta, Equador.
O Brasil, representado pelo diplomata da Divisão de Biodiversidade do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Angelo Paulo Sales dos Santos e pelo coordenador do Centro TAMAR/ICMBio Joca Thomé, marcou presença e se uniu a outros 14 representantes de países americanos, 3 países observadores, e instituições de pesquisa e conservação, que estiveram neste fórum crucial de cooperação e de formulação de políticas públicas visando uma análise cada vez mais abrangente da situação das tartarugas marinhas no continente e mares americanos e caribenhos.
Entre as discussões, destacou-se a necessidade de planos de ação concretos, objetivos e mensuráveis visando à conservação das tartarugas marinhas em todo o mundo, avançando e indo para além das discussões, e chegando efetivamente a fases cada vez mais executivas por cada país membro.
“O Brasil tem um legado de conservação das tartarugas marinhas, ao longo de mais de 40 anos de ações efetivas, revelando ao mundo que é possível agir e fazer com que as espécies saiam do status de ameaça em que se encontram. Tanto que chegamos à redução do status de ameaça de quatro, das cinco espécies que frequentam a costa brasileira – tartarugas cabeçuda, oliva, de pente e verde”, reforça o coordenador do Centro TAMAR/ICMBio Joca Thomé.
Para o diplomata da Divisão de Biodiversidade do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Angelo Paulo Sales dos Santos, a 11a Conferência das Partes (COP11), da Convenção Interamericana para a Proteção e Conservação das Tartarugas Marinhas (CIT), foi bem sucedida. “As delegações tiveram a oportunidade de intercambiar informações técnicas e discutir políticas de conservação desses animais, considerados grandes indicadores da qualidade ambiental dos oceanos”, frisou Santos.
Como espécies migratórias, Santos destaca que a “a proteção das tartarugas marinhas só terá êxito se houver cooperação entre os países de ocorrência desses animais” e reforçou a presença significativa dos representantes dos países membros da CIT, na COP11, o que, segundo ele, “demonstra o compromisso regional com a conservação e proteção das tartarugas marinhas”.
O diplomata da Divisão de Biodiversidade do MRE destacou, ainda, a participação de organizações locais dedicadas à conservação das tartarugas, “fazendo lembrar a todos que o envolvimento da sociedade civil, em particular das comunidades locais de áreas de reprodução e desova, é fundamental para o sucesso das políticas de conservação”.
Quando arguido sobre o papel do Centro TAMAR/ICMBio/MMA nesse processo, Santos foi enfático: “O Centro TAMAR tem histórico de sucesso no desenvolvimento e implementação de políticas e ações de conservação das tartarugas marinhas, que fazem do Brasil, hoje, uma referência internacional em conservação marinha. Em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, o Tamar tem participado da agenda internacional relacionada à proteção das tartarugas marinhas, contribuindo ao compartilhar a experiência brasileira com todos os países que tenham interesse no tema”.
Como consequência de todo esse processo, longo e de esforços entre países, estarão os benefícios colhidos por todo o mundo: da conservação dessa rica biodiversidade, da proteção dos principais ecossistemas que as tartarugas utilizam e da promoção de um turismo pautado em bases sustentáveis.Outro desafio gigantesco que foi debatido é o uso de medidas mitigadoras na pesca e que venham a reduzir a morte de tartarugas marinhas - o que envolve monitoramento dessas pescarias, a adoção e o engajamento cada vez maiores por parte dos pescadores em relação ao uso das medidas mitigadoras, entre elas o anzol circular entre outras, definindo prazos para que essas ações sejam mais implementadas.
Outras discussões foram: o estabelecimento de metas para a restauração de habitats, tais como o número de quilômetros de praias de nidificação das tartarugas marinhas (onde fêmeas depositam seus ninhos) que devem ser protegidas visando a proteção dessas espécies ameaçadas de extinção, e o crescimento do número de áreas protegidas marinhas; mudanças climáticas e os impactos nessas espécies e seus habitats, que já são debatidas em Grupo de Trabalho e seguirão sendo temas de avaliação e discussão.
Mensurar para avançar - O fórum debateu o estabelecimento de mecanismos de medição do desempenho na conservação das tartarugas marinhas, como algo crucial para ser mensurada a eficácia desses esforços.
Como exemplos estão o balanço de cinco anos de relatórios anuais, com dados e informações sobre o estado de conservação das sete espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no mundo, tendências dos números de desovas nas praias índices, taxa de sucesso das praias de nidificação e a redução de ameaças como a caça predatória, coleta de ovos e a captura incidental na pesca.
Espera-se, a partir desta Conferência, que a IAC avance ainda mais no alcance dos seus objetivos, que passam pelo desenvolvimento de melhores condições de trabalho, reforço quanto à aplicação das resoluções existentes e à promoção da sensibilização pública gerando, com isso, engajamento maior da sociedade em todo esse processo.
Comunicação Centro TAMAR/ICMBio