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Mergulhos nas Pedras de Aracaju e Abaís, no litoral sergipano, revelam branqueamento de corais
O Centro TAMAR/ICMBio, juntamente com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), Fundação Projeto TAMAR, MSB Serviços e com o apoio do Corpo de Bombeiros, realizou mergulhos nos dias 06/02/2024, 06/03/2024 e 02/04/2024, em profundidade variando entre 22 e 29 metros, nas Pedras de Aracaju e Abaís, ao longo da plataforma continental de Sergipe, com o objetivo de contextualizar os ambientes recifais e contribuir com o esforço internacional em curso, para registro e avaliação do branqueamento de corais, registrado em variados pontos da costa do Brasil.
A análise preliminar das informações obtidas durante os mergulhos e levantamentos geofísicos, sugere que os ambientes recifais não são tão raros no litoral de Sergipe, diferente do que se pensava. O levantamento preliminar indica a presença desses ambientes, principalmente na porção média da plataforma continental, na faixa dos 24 metros de profundidade.
O levantamento evidenciou a presença de corais severamente branqueados e colônias sujeitas a outras fontes de estresse como competição com algas e esponjas, assim como prováveis doenças. Os mergulhos comprovaram que o evento mundial de branqueamento dos ambientes recifais, previsto para 2024 devido à elevação da temperatura do mar, afetou também o litoral de Sergipe, onde a presença de recifes é menos conhecida.
Durante as operações de mergulho, foi possível identificar dois agrupamentos de ambientes recifais, a Pedra de Aracaju e a Pedra do Abaís, com evidência de degradação da área recifal em ambas.
Ao longo das expedições, entre fevereiro e abril, foi constatado o aumento de 1.5º C na temperatura de fundo, o que permite sugerir que o branqueamento, já evidente em fevereiro com temperatura de 270 C, se agravou em março e abril.
Os resultados preliminares apontam a importância da continuidade dos levantamentos e do início de um programa sistemático de monitoramento dos ambientes recifais ao longo do litoral de Sergipe; bem como a necessidade de se aprimorar e se padronizar metodologias, que devem considerar a realidade local, com operações em recifes mais profundos; além da ampliação no número de parâmetros a serem considerados, de modo a se avaliar outros aspectos relativos à saúde dos recifes de coral em SE.
“A expectativa é de que o litoral de Sergipe integre, como nova área, os planejamentos e monitoramentos nacionais, a exemplo do Programa Nacional de Monitoramento de Branqueamento de Recifes de Coral, assim como, ações previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação de Ambientes Coralíneos - PAN Corais”, frisa o coordenador do Centro TAMAR/ICMBio, Joca Thomé.
Os embarques e atividades de campo foram viabilizados com recursos do GEFMar, do Projeto Áreas Costeiras e Marinhas Protegidas / Subprojeto: Ações de combate ao óleo, e permitiram contribuir com o aumento de informações sobre a presença e características dos ambientes recifais no litoral de Sergipe.
Participaram das atividades o analista ambiental da Base Avançada do TAMAR/ICMBio em Sergipe, Erik Allan Pinheiro dos Santos; Priscilla Teixeira Campos, Marcelio Jose Santana Mota e Jonas Ricardo dos Santos, do Departamento de Engenharia de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal de Sergipe (UFS); Julio Cesar Vieira Soares, do Laboratório de Progeologia, do Núcleo de Petróleo e Gás (NUPEG) da UFS, Augusto César Coelho Dias da Silva, da Fundação Projeto Tamar, Gustavo Mendes, mergulhador da MSB Serviços além da equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Sergipe.
Fotos: Gustavo Mendes
Comunicação Centro TAMAR/ICMBio
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