Notícias
Mais de 230 tartarugas marinhas já foram monitoradas por meio da telemetria satelital
Tartaruga-oliva monitorada por meio da telemetria
As ações de monitoramento ocorreram em Sergipe, onde predomina a tartaruga-oliva
Sergipe (06/03/24) - Entre os anos de 2014 e 2023 já foram realizados 7 Programas de Monitoramento de Quelônios Marinhos por Telemetria Satelital (PMQTS) no Brasil, estando um programa ainda em execução e outro a ser iniciado entre 2024 e 2025 – o que amplia significativamente a perspectiva de novos estudos.
Esses programas já foram aplicados ao monitoramento de pesquisas sísmicas, portos, atividades de dragagens, monitoramento pós-desastre ambiental da barragem de Fundão e na exploração e produção de hidrocarbonetos E&P, resultando no monitoramento de aproximadamente 230 tartarugas marinhas.
“Referente às atividades de E&P, está em fase final de execução, no litoral de Sergipe, um estudo que já possibilitou o monitoramento de 20 tartarugas-olivas, Lepidochelys olivacea, com mais 10 transmissores a serem instalados na última campanha, ao longo de 2023”, explica o analista ambiental que coordena a base Avançada do Centro TAMAR/ICMBio em SE, Erik dos Santos.
As campanhas de monitoramento para marcação das tartarugas estão ocorrendo ao longo das praias do município de Pirambu, mais especificamente na Reserva Biológica de Santa Isabel – unidade de conservação federal gerida pelo ICMBio. Outro ponto é o litoral sul do estado, visando caracterizar de forma mais ampla os movimentos e áreas de uso das tartarugas marinhas que desovam ao longo de todo o litoral de Sergipe.
A instalação dos aparelhos, segundo explica Erik, ocorre à noite, quando as fêmeas sobem a praia para desovar. “Os aparelhos são fixados por meio de colas especiais e tintas que evitam o crescimento de algas, que podem prejudicar o seu funcionamento. Todo o procedimento dura cerca de 2 horas e após um tempo os aparelhos se desprendem naturalmente do casco das tartarugas”, explica o analista.
Os aparelhos utilizados permitem o registro dos movimentos migratórios e de aspectos dos mergulhos dos animais, gerando com isso informações sobre os deslocamentos horizontais e verticais, aspectos que são comparados com atividades tais como a circulação de embarcações associadas às plataformas, a exploração de petróleo e possíveis intervenções para desmobilização de estruturas no litoral do estado.
Além do amplo uso do litoral de Sergipe e menor uso das áreas próximas aos campos de exploração de petróleo, os resultados têm ilustrado os movimentos das tartarugas-olivas, tanto ao longo da costa, para o norte e sudeste do Brasil, quanto para a porção oceânica equatorial, em direção à África.
“A conclusão deste estudo contribuirá com o conhecimento sobre a biologia da espécie ao longo de sua mais importante área de reprodução no Brasil, permitindo pela primeira vez comparar as áreas de uso dos animais que desovam nas praias do norte e do sul do estado de Sergipe”, comemora Erik.
A expectativa é de que se ampliem e se confirmem padrões de deslocamento da espécie no Atlântico, a partir de um conjunto de dados de telemetria, que alcançará 100 tartarugas-oliva rastreadas por satélite.
SAIBA MAIS - No Brasil, a telemetria por satélite tem se consolidado como uma técnica bem-sucedida dentre os programas de monitoramento de impactos no licenciamento ambiental, por possibilitar importantes avanços na compreensão acerca da ecologia das tartarugas marinhas no Brasil.
A avaliação de áreas de uso, movimentos migratórios e comportamentos de mergulho já integram uma série de avaliações realizadas no país, assim como se destaca o conjunto de informações geradas, que já é aplicado a avaliações gerais de empreendimentos, a exemplo do Plano de Redução de Impactos de Petróleo e Gás Natural sobre a Biodiversidade Marinha e Costeira - PRIM-PGMar.
“Mas o potencial total das informações geradas para a gestão pública ainda está longe de ser esgotado”, frisa Erik, reforçando que tais programas são importantíssimos a médio e longo prazos.
Para maiores informações sobre o programa de monitoramento atualmente em execução em Sergipe acessar: http://monitoramentosergipe.saltambiental.com.br/#sobre
Comunicação Centro TAMAR/ICMBio
(71) 8174-8614 (Cel com WhatsApp)