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Em fase final, Estudo realizado no litoral de Sergipe possibilitará o monitoramento de 30 fêmeas de tartarugas-oliva.
O programa de monitoramento de tartaruga-oliva por telemetria satelital, associado às atividades de E&P da Petrobras no litoral de Sergipe, está em sua fase final. Os trabalhos iniciaram em novembro de 2021 e 27 dos 30 transmissores já foram instalados. A execução dessa pesquisa objetiva avaliar como os movimentos da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), se relacionam com as atividades de exploração e produção de petróleo no litoral de Sergipe, conforme demandado pelo Ibama, por meio do licenciamento ambiental federal.
Ao longo do programa de monitoramento, tartarugas-oliva foram marcadas nas praias de reprodução em Pirambu, Barra dos Coqueiros, Itaporanga e Estância. Porém, no dia 20 de abril de 2024, duas tartarugas foram flagradas durante a desova na praia de Aracaju e receberam os transmissores, passando a ser os primeiros exemplares de tartaruga-oliva a serem rastreados a partir dessa praia.
A praia de Aracaju, como várias praias urbanas, é severamente impactada pela poluição luminosa e esse aspecto compõe uma ameaça para as fêmeas e filhotes que são desorientados pelas luzes, o que demanda variadas estratégias para a proteção dos ninhos. Caso as tartarugas rastreadas realizem uma nova desova, será possível verificar se retornam para a praia de Aracaju, ou se utilizam outras praias no estado.
O litoral de Sergipe e o norte da Bahia compõem as principais áreas de reprodução da tartaruga-oliva no Brasil. Estima-se nessa área, a cada temporada reprodutiva, uma média de 12.600 ninhos e uma população com cerca de 9 a 11 mil fêmeas de tartarugas-olivas (Castilhos et al. 2022).
A telemetria em execução, além de avaliar como os animais se comportam em relação aos campos de exploração de petróleo, favorecerá que os dados gerados pelas 30 tartarugas monitoradas, sejam agregados a resultados de monitoramentos anteriores como os de Silva et al. 2011 e Santos et al. 2019, entre outros monitoramentos, o que resultará em informações de aproximadamente 100 tartarugas-oliva rastreadas.
Os movimentos migratórios e áreas mais utilizadas pela espécie a partir de sua principal área de reprodução no Brasil são amplos e compreendem deslocamentos costeiros para o sul, alcançando as regiões Sudeste e Sul do Brasil, até Santa Catarina; movimentos para o norte, ao longo da costa nordeste do Brasil até o Pará e até mesmo a Guiana Francesa; além de deslocamentos oceânicos, em direção a regiões equatoriais na costa da África.
A integração de toda a informação gerada favorecerá a identificação de novas áreas de uso e padrões de migração para a espécie, além de avaliações sobre como atividades e projetos podem interferir ou ameaçar os comportamentos desses animais.