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Centro TAMAR reúne instituições e pesquisadores de referência em estudos acerca do Banco dos Abrolhos
O objetivo principal do evento foi estabelecer um Plano de Ação e Monitoramento de longo prazo no Banco dos Abrolhos e bancos adjacentes (Royal Charlotte e Besnard), mapeando e integrando os monitoramentos existentes em um Sistema de Informação.
Caravelas-BA (14/10/2022) – O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e Biodiversidade Marinha do Leste (TAMAR/ICMBio) promoveu, de 26 a 30.09.22, a Oficina de elaboração do Plano de Ação para a conservação da biodiversidade no Banco dos Abrolhos e região. O encontro aconteceu na Base Avançada do TAMAR em Caravelas-BA e reuniu representantes de diversas instituições e pesquisadores que estudam esta região, que concentra a maior biodiversidade marinha do Brasil e Atlântico Sul, sendo considerado também o maior banco de corais e o mais importante berçário das baleias jubartes do Atlântico Sul.
O objetivo principal do evento foi estabelecer um Plano de Ação e Monitoramento de longo prazo no Banco dos Abrolhos e bancos adjacentes (Royal Charlotte e Besnard), mapeando e integrando os monitoramentos existentes em um Sistema de Informação, elegendo indicadores prioritários para avaliação do status de conservação das espécies e ecossistemas, e da efetividade das ações de conservação.
Ao longo de três dias, os participantes puderam realizar um diagnóstico das pesquisas e monitoramentos executados no Banco dos Abrolhos e região; discutir o planejamento espacial marinho, conhecer outras experiências semelhantes e traçar indicadores estratégicos para a região, além de desenhar uma política de dados.
Todos os participantes fizeram uma apresentação sucinta dos monitoramentos de longa duração realizados na região do Banco dos Abrolhos nos estados da BA e ES, e puderam debater questões como as espécies-alvo de conservação estudadas, os objetivos desses monitoramentos e a metodologia, indicadores e área de estudo escolhidos, bem como a instituição que está executando o monitoramento e o tempo de duração deste.
Do encontro saiu um mapa preliminar da área alvo, com identificação dos monitoramentos de longo prazo; além de terem sido identificadas as ações e indicadores (vinculados e não ao impacto do rompimento da barragem da Samarco em Mariana/MG) que precisam continuar sendo monitorados para avaliar o status de conservação de espécies e ecossistemas. Tais ações – quando identificadas – poderão ser levadas para o PAI – Plano de Ação Integrado em construção pelo TTAC da Samarco.
“Tivemos avanços significativos nesse encontro, com atualização de conhecimento e principalmente integração entre todos que trabalham nessa importante região da costa brasileira”, frisou Joca Thomé, coordenador do TAMAR/ICMBio – organizador do evento. Entre eles, a relação das instituições detentoras e dispostas a fornecer dados para aportar ao Sistema de Informação, e definir estratégias para uso destas informações acerca do Banco dos Abrolhos, com o foco de entender o estado de conservação, identificar as lacunas do conhecimento e avançar.
Antes do Diagnóstico das pesquisas e monitoramentos executados no Banco dos Abrolhos, o coordenador fez uma contextualização da missão do Centro TAMAR-ICMBio no Mar do Leste, e apresentou a proposta de criação de um sistema com integração de dados que venham embasar as políticas públicas e ao mesmo tempo promover integração entre as diversas iniciativas voltadas para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
Entre os monitoramentos realizados em UCs, foram apresentadas as experiências na APA Costa das Algas e RVS Santa Cruz; RESEXs Canavieiras, Corumbau e Cassurubá e PARNA dos Abrolhos; bem como os monitoramentos realizados no âmbito do Licenciamento Ambiental do IBAMA, do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática (PMBA) e dos Programas de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELDs) de Abrolhos e Tamandaré, e monitoramento das tartarugas marinhas, além da experiência de implantação do MAARE na REBIO Arvoredo.
Participaram do evento as instituições – Fundação Projeto Tamar, Instituto Baleia Jubarte (IBJ); Meros do Brasil; Projeto Budiões; UFBA; UFES, UFSC, UFSB; Instituto Abrolhos; Projeto Coral Vivo; e comunidade de pescadores da região.
Depois os participantes, separados em grupos, debateram as temáticas – Megafauna (G1); Ambiente marinho e estuarino (incluindo recifes de coral) (G2) ; Praia, Restinga e Manguezal (G3). O grupo Comunicação e Participação Social (G4) traçou estratégias para envolver a sociedade no processo de acesso à informação e contribuição com os monitoramentos.
Os demais grupos buscaram responder a uma série de questionamentos, tais como: Quais são os principais alvos de conservação e quais as ameaças diretas e indiretas a que esses alvos estão expostos; o que deve ou está sendo feito para recuperá-los; quais indicadores precisam ser avaliados para verificar a eficácia das medidas e o status de conservação das espécies, entre outros como a existência de dados vinculados a algum programa de pesquisa que subsidie esses indicadores e de quais instituições.
A partir dos alvos de conservação e indicadores identificados no 2º dia da Oficina, os participantes puderam realizar uma discussão sobre as possibilidades de uso de dados para a gestão pública, definiram diretrizes dessa política de dados, bem como sua padronização e sistematização. Como encaminhamento ficou a continuidade e construção da agenda com os parceiros mapeados (incluindo os que não estavam na reunião), para apresentação do Plano de Ação para o Banco dos Abrolhos, assim como as novas etapas envolvendo usuários dos recursos, OEMAs, municípios e outros ministérios envolvidos na temática.
Comunicação ICMBio
(27) 3222-1417/4775