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Centro TAMAR/ICMBio promove Reunião Técnica com Bases Avançadas
Toda a equipe técnica do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste – Centro TAMAR/ICMBio se reuniu, entre os dias 21 e 25 de novembro de 2022, na Base Avançada do Centro TAMAR/ICMBio em Regência Augusta, Linhares-ES para nivelamento técnico e discutir as ações executivas de 2023, entre elas em especial a discussão e análise sobre as áreas e temas prioritários para as tartarugas marinhas, com atualização dos dados mais recentes, sobre os mapas de relevância das áreas reprodutivas, áreas de alimentação e os critérios para classificação das áreas prioritárias, regulares e esporádicas.
Na ocasião discutiu-se o estado da arte das atividades de manejo, monitoramento e proteção em todo o litoral brasileiro, possibilitando a priorização de atividades por espécies e Bases Avançadas do Centro TAMAR/ICMBio.
Temas como a Biodiversidade Marinha do Leste e o desastre ambiental da Samarco, com seus consequentes impactos na foz do rio Doce, região estuarina e marinha também foram debatidos, à luz dos desafios e aprimoramentos constantes. “O escopo das agendas que o Centro TAMAR cuida é gigantesco. Nosso corpo técnico é primoroso, mas ainda insuficiente em número de servidores para todos esses enfrentamentos paralelos, concomitantes e transversais”, explicou o coordenador do Centro TAMAR/ICMBio, Joca Thomé.
A abertura do evento foi marcada por uma fala dos coordenadores Joca Thomé e seu substituto à época, Gilberto Sales, além dos analistas ambientais Cecília Baptistotte e Claudio Bellini, acerca da história do Centro e todos os avanços alcançados nesses quase 40 anos de existência deste ‘irmão mais velho’ dos centros de pesquisa e conservação do ICMBio.
“Não tem como falarmos da história do Centro TAMAR sem olharmos para onde queremos chegar, que é nos consolidarmos como Centro de Pesquisa referência nas respostas à sociedade no que se referem a conservação e pesquisa das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral brasileiro, além de desenvolver estratégias para conservação da biodiversidade do mar do leste. Isso estamos fazendo”, destacou Joca.
O coordenador substituto à época, Gilberto Sales coordenou um trabalho de planejamento estratégico com a equipe, do qual definiu-se Missão, Visão e principais ações estratégicas. Pôde-se olhar o organograma atual do Centro e adequar a realidade imposta pelo quantitativo de técnicos com as ações prioritárias a serem executadas.
Toda a equipe, formada por analistas e técnicos que ingressaram no Centro em fases temporais diferentes, receberam capacitação sobre monitoramento reprodutivo, bem como puderam conhecer os protocolos de monitoramento do Centro TAMAR/ICMBio, ministrados pela analista ambiental Cecília Baptistotte. A parte prática da capacitação foi a observação noturna de fêmeas em processo de desova na praia.
Entre os convidados externos que estiveram palestrando na reunião técnica estão o pesquisador e doutor Paulo Barata, coloborador frequente do Centro, que conversou com a equipe sobre conservação de tartarugas marinhas à luz da demografia; e o biólogo da Fundação Projeto TAMAR, Alexsandro dos Santos, que apresentou o status do SITAMAR – Banco de Dados da Fundação Projeto TAMAR - e resultados das áreas prioritárias de reprodução.
Paulo dialogou em dois outros momentos acerca da área reprodutiva de Dermochelys coriacea (tartaruga de couro) no Delta do Parnaíba, Piauí; e sobre caminhos e possibilidades convergentes para o intercâmbio do Centro TAMAR/ICMBio com o cenário da pesquisa e produção de conhecimento em fóruns internacionais.
Uma ampla discussão sobre os dados reprodutivos dos últimos anos, presentes em diferentes bancos de dados, como BDCTAMAR, SITAMAR, SIMBA, e SISBIO apontou caminhos e encaminhamentos para o que se pretende futuramente, que é a integração dessas informações em uma base de dados única.
Os participantes se debruçaram sobre os mapas de relevância de áreas reprodutivas, a sua contextualização no Guia de Licenciamento, as mudanças contínuas no conhecimento científico e crescimento das populações desovantes das quatro espécies e, em particular, da população de Dermochelys coriacea (tartaruga de couro) - espécie criticamente ameaçada de extinção e que desponta como uma nova área de desovas no Delta do Parnaíba-PI.
A partir da discussão e encaminhamentos sobre os mapas de relevância de áreas reprodutivas, os mapas futuros irão refletir – já atualizados – a nova classificação dessas praias por suas características como prioritárias, regulares e esporádicas.
Os participantes trataram, ainda, das ações no próximo ciclo do Plano de Ação para Conservação das Tartarugas Marinhas - PAN Tartarugas Marinhas; seu planejamento e priorização das ações para 2023 sob gestão do Centro, debatendo fortemente o papel e as ações sob gestão de instituições parceiras do PAN e ações de condicionantes ambientais.
Ao término do encontro foram feitos vários informes sobre fóruns internacionais que o Centro TAMAR integra como ICATT-Inter-American Convention for the Protection and Conservation of Sea Turtle, Rede ASO-Tartarugas, CIT/IAC-Convenção Internacional para Conservação das Tartarugas Marinhas E MTSG-Marine Turtle Specialist Group, apenas para citar alguns exemplos. “Nossa meta é participar ainda mais no cenário internacional com as discussões e debates necessários e convergentes em prol da conservação das tartarugas marinhas, principalmente com o continente africano, que compartilha com o Brasil áreas de vida de algumas espécies”, concluiu Joca.
TAMAR/ICMBio
(24) 32221417