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Centro TAMAR/ICMBio participa da X Reunião da REDE ASO – Tartarugas em La Paloma, Uruguai
Vitória (17/11/2023) – O ICMBio enviou três servidores do Centro TAMAR/ICMBio para participar, entre os dias 4 e 7 de novembro, na cidade de La Paloma, Uruguai, da X Reunião da REDE ASO – Tartarugas e da IX Conferência sobre Conservação e Pesquisa de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental. Esta foi a 10ª edição do evento, que marcou os 20 anos da Rede ASO, e contou com a participação de 144 inscritos, 15 da Argentina, 73 do Brasil, 55 do Uruguai e 1 dos Estados Unidos.
A analista ambiental e coordenadora substituta do Centro TAMAR/ICMBio Gabriella Tiradentes Pizetta, destacou a importância de momentos como este para a troca de experiências entre diferentes instituições dos 3 países, além do intercâmbio de parcerias que podem ser estreitadas. “O Centro TAMAR/ICMBio foi a única instituição que apresentou trabalhos relacionados à gestão governamental voltada para a conservação das tartarugas marinhas”, frisou Gabriella.
Dentre os principais temas discutidos destacam-se: 1) a atualização das Unidades Regionais de Manejo da IUCN, áreas compartilhadas e utilizadas por tartarugas marinhas provenientes de diferentes populações, em diferentes países e sujeitas a ameaças similares; 2) o levantamento de informações sobre os impactos da pesca de arrasto no Atlântico Sul, desde o sudeste do Brasil até a região do rio de La Plata; 3) o uso de Drones no monitoramento e pesquisas com tartarugas marinhas e outros grupos da fauna; 4) a discussão sobre áreas marinhas protegidas; 5) a proposição de documento sobre boas práticas para manejo de tartarugas, inclusive a bordo de embarcações, quando capturadas em pescarias.
Para o analista ambiental do Centro TAMAR/ICMBio Erik Allan Pinheiro dos Santos, “o evento possibilitou a interação com pesquisadores do Brasil, Argentina e Uruguai, aspecto que pode favorecer o compartilhamento de informações entre os diferentes grupos de pesquisa e conservação”.
Foram apresentados 87 trabalhos, dos quais 36 foram apresentações na modalidade oral, com os temas ecologia e conservação (N=17), educação (N=4), pesca e captura incidental (N=5) reabilitação e saúde (N=3), políticas públicas (N=2). As seções de pôsteres totalizaram 44 trabalhos, dos quais 22 com a temática de ecologia e conservação, 1 sobre educação, 5 sobre pesca e captura incidental, 2 sobre políticas públicas e 14 com o tema de reabilitação e saúde.
O técnico ambiental do Centro TAMAR/ICMBio, João Luiz Almeida de Camargo, destaca que “foi possível compartilhar experiências e resultados sobre as principais ameaças para as tartarugas marinhas como a captura incidental na pesca, tema prioritário para o PAN Tartarugas Marinhas”, frisa João.
Os trabalhos apresentados pelo Centro TAMAR tiveram como foco as políticas públicas para avaliação e mitigação de impactos às tartarugas marinhas e seus ambientes e foram objeto de duas apresentações orais, uma conferência e duas apresentações na forma de pôsteres, conforme descrição detalhada abaixo:
DESAFIOS À SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA NA GESTÃO DE RECURSOS PESQUEIROS EM ÁREAS MARINHAS PROTEGIDAS
SAIBA MAIS
A Rede ASO-Turtle foi formada em 2003, reunindo grupos de pesquisa e pesquisadores individuais de três países: Brasil, Uruguai e Argentina, que juntos integram o Atlântico Sul Ocidental (ASO). Hoje, a Rede inclui mais de 100 membros que trabalham e pesquisam nas zonas de alimentação e vida das tartarugas marinhas nos três países, que se reúnem regularmente para colaborar e partilhar informações, resultados das pesquisas, melhores práticas e estratégias de conservação.
Das 7 espécies existentes no mundo, 5 utilizam o ASO como corredor de alimentação, desenvolvimento e migração: Caretta caretta (tartaruga cabeçuda), Chelonia mydas (tartaruga verde), Dermochelys coriacea (tartaruga de sete quilhas, couro), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva, tartaruga-oliva). O Brasil se destaca por ser o único país que também possui as áreas de reprodução destas 5 espécies. Embora as espécies de tartarugas marinhas sejam protegidas por lei nos 3 países, as atuais ações de investigação, conservação e proteção não são suficientes para garantir a sua sobrevivência na região, pois as ameaças no mar são crescentes.
O evento é aberto a investigadores, estudantes, membros de organizações públicas, organizações não governamentais e qualquer pessoa interessada na conservação e investigação de tartarugas marinhas. As sessões incluem apresentações orais, mesas redondas com debates e apresentações de trabalhos científicos, bem como seminários sobre temas específicos.
Objetivos específicos da REDE ASO
Fornecer informação científica sobre a biologia, conservação e reabilitação das tartarugas marinhas, bem como uniformizar metodologias de trabalho e protocolos científicos entre os vários projetos que atuam na área, para melhorar as práticas de gestão e investigação.
Desenvolver uma abordagem integrada para consolidar as ações que são realizadas por projetos e organizações relacionadas ao trabalho com tartarugas marinhas na ASO, a fim de fortalecer o conhecimento, a integração e a colaboração entre pesquisadores da região.
Formular ações regionais que sejam consideradas necessárias para a conservação das tartarugas marinhas, e um mecanismo de coordenação para a sua implementação, de modo que complementem as atividades já realizadas individualmente pelos atores da região.
Comunicação TAMAR/ICMBio