Projeto Primatas da Caatinga
O projeto Primatas da Caatinga foi criado em 2015 para contribuir com a conservação de duas espécies de primatas ameaçadas de extinção, contempladas pelo Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas do Nordeste (PAN PRINE):
O guigó-da-Caatinga (Callicebus barbarabrownae), único primata endêmico da Caatinga e “Criticamente em Perigo” de extinção; e o macaco-prego-do-peito-amarelo (Sapajus xanthosternos), “Em Perigo” de extinção e com populações também na Mata Atlântica.
O PAN PRINE foi elaborado para a conservação de seis primatas com distribuição no Nordeste brasileiro. Além do guigó-da-Caatinga e do macaco-prego-do-peito-amarelo, fazem parte deste plano o guariba-de-mão-ruivas (Alouatta belzebul), o guariba-da-Caatinga (Alouatta ululata), o macaco-prego-galego (Sapajus flavius) e o guigó-de-coimbra (Callicebus coimbrai).
Quatro dessas espécies (guigó-da-Caatinga, macaco-prego-do-peito-amarelo, macaco-prego-galego e guariba-da-Caatinga) tem parte ou toda a sua área de distribuição na Caatinga, bioma que abrange 92% do território nacional, ocupando uma área de 844.453 Km². Por se tratar de um grande território, delimitado a norte e a sul pelo Rio São Francisco, o projeto focou na região ao sul, nos estados de Sergipe e Bahia, onde estão o guigó-da-Caatinga e o macaco-prego-do-peito-amarelo e onde havia uma grande lacuna de estudos.
A primeira fase do projeto teve como objetivo atualizar o mapeamento de ocorrência, estimar a população e avaliar a persistência das populações do guigó-da-Caatinga. Entre 2015 e 2017 foram realizadas sete expedições de campo, que totalizaram em mais de 13.000 km percorridos, abrangendo uma área de 250 mil Km².
Os principais resultados obtidos foram a duplicação do número de registros de ocorrência do guigó-da-Caatinga; a ampliação da sua distribuição geográfica; o primeiro registro dessa espécie em uma unidade de conservação de proteção integral e, de maneira inédita, o registro de vocalizações e imagens das quatro formas de guigó-da-Caatinga encontradas na natureza. Também foi identificada a primeira grande população da espécie, com mais de 300 indivíduos contados, em Boa Vista do Tupim - BA. Com relação à persistência, o guigo-da-Caatinga não foi encontrado em 30% dos locais com registros feitos há 12 anos atrás, ressalta-se que a maioria destas áreas foram desmatadas.
Além disso, foram feitos novos registros do macaco-prego-do-peito-amarelo, do guariba-preto (Alouatta caraya), primata considerado ameaçado no estado da Bahia, e do sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata). Outro resultado importante foi a identificação de oito áreas, onde foram encontrados grandes remanescentes florestais e diversos registros de ocorrência das espécies ameaçadas, sendo assim consideradas importantes para a conservação.
Fontes financiadoras: ICMBio/CPB, Bolsas CNPq/ICMBio, PNUD/ICMBio, Mohammed Bin Zayed Conservation Fund e ZGAP.
Apoio: ONG PRI-MATAS e Parque Estadual de Sete Passagens (Bahia).
Equipe:
Coordenador:
MSc. André Chein Alonso - Bolsista CPB/CNPq/ICMBio
Supervisora:
Dra. Mônica Valença Montenegro – ICMBio/CPB
Colaboradores:
MSc. Eduardo Marques – ICMBio/CPB
Dr. Igor Pfeifer Coelho – Consultor autônomo
Dr. Leandro Jerusalinsky - ICMBio/CPB