Workshop reúne centros de pesquisa do ICMBio para definir projetos piloto voltados à conservação de espécies ameaçadas

Entre 25 e 28 de setembro, o Centro de Formação em Conservação da Biodiversidade (ACADEBio) recebeu o I Workshop do Projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB) - Definindo espécies alvo e projetos piloto. O encontro teve como objetivo iniciar a discussão sobre projetos prioritários e ações de conservação de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção ou com potencial bioeconômico (com capacidade de gerar valor econômico) e práticas relacionadas a espécies exóticas/invasoras.

Na ocasião, servidores dos centros nacionais de pesquisa e conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de gestores de unidades de conservação federais, reuniram-se com pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV).

O GBB é um acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação, firmado entre o ICMBio e o ITV. Os participantes do workshop foram responsáveis por definir um plano estratégico para priorização das espécies-alvo para projetos na área da genômica e desenvolvimento de protocolos de monitoramento por DNA ambiental. O plano se baseou principalmente nas demandas dos centros nacionais de pesquisa e unidades de conservação(UCs) do ICMBio.

 A atividade gerou diversas perspectivas acerca do monitoramento, manejo e conservação das espécies com a utilização de ferramentas moleculares, o que coloca o Brasil em posição de destaque na geração de conhecimento sobre sua biodiversidade.

Eixos temáticos

 Os projetos e ações envolverão quatro eixos temáticos:

• Geração de genomas completos de referência;
• Sequenciamento de nova geração para obtenção de códigos de barra de DNA confiáveis e específicos, que poderão ser usados na identificação molecular e detecção de espécies de interesse;
• Estudos de genômica populacional, voltados por exemplo à identificação e delimitação de populações, avaliação de possíveis complexos de espécies (espécies crípticas), estimativas de fluxo gênico e de tamanho populacional, demografia histórica, entre outras possibilidades;
• DNA ambiental/Metabarcoding, voltados à identificação/detecção de espécies e monitoramento ambiental.

Biodiversidade subterrânea

O ICMBio/Cecav definirá, junto aos diversos parceiros em universidades e outras instituições de pesquisa, os projetos e ações voltados às espécies de invertebrados troglóbios, morcegos e peixes troglóbios (que envolverão também, neste caso, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental (CEPTA).

As atividades envolverão a maior parte das espécies cavernícolas oficialmente ameaçadas de extinção, que incluem atualmente 109 invertebrados terrestres, 41 invertebrados aquáticos, 16 peixes e três morcegos. Além dessas, serão priorizadas algumas espécies categorizadas como DD (insuficiência de dados) e outras cujos dados genômicos podem resolver questões importantes para a conservação. Os projetos serão desenvolvidos entre 2024 e 2027.