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Floresta Nacional de Carajás: coletas microbiológicas iniciam atividades de planos de manejo
Coleta direta Foto: Diego Bento (ICMBio/Cecav)
Uma expedição conjunta realizada entre o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Fundação Casa de Cultura de Marabá, foi responsável pela coleta de material microbiológico em cavernas da Floresta Nacional de Carajás (PA), que atualmente são utilizadas por escolas da região em atividades de turismo pedagógico. A ideia é que os estudos realizados deem início aos planos de manejo dessas cavidades naturais subterrâneas.
O projeto é fruto de um dos editais lançados pelo ICMBio/Cecav em 2023, cujo objetivo foi incentivar a conservação do patrimônio espeleológico brasileiro por meio da utilização de recursos oriundos do Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica (TCCE nº 01/2022), firmado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Vale S.A.
“Dois projetos foram aprovados nesses editais, um da Universidade Federal de Pernambuco e outro da Fundação Casa de Cultura de Marabá, em parceria com o Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Carajás. A ideia da Universidade Federal de Pernambuco era a coleta e o fornecimento de subsídios para a elaboração de planos de manejo, com base na ocorrência de fungos, principalmente fungos patogênicos. Já o trabalho da Fundação Casa de Cultura de Marabá buscava elaborar os Planos de Manejo Espeleológicos de algumas dessas cavernas. Já que os projetos tinham objetivos parecidos, nós juntamos as duas instituições e realizamos uma expedição conjunta”, afirmou o analista ambiental do ICMBio/Cecav, Diego Bento.
Diego explica que entre os próximos passos desse trabalho estão o processamento do material em laboratório e a elaboração de listas de fungos que ocorrem nas cavernas, com ênfase em fungos patogênicos e potencialmente patogênicos para o ser humano, pois é isso que vai definir o manejo da caverna, se poderá haver turismo ou não e se puder, como.
Tem pelo menos uma caverna na região que apresentou a ocorrência do fungo Histoplasma capsulatum, que é o fungo causador na Histoplasmose, que é uma doença potencialmente fatal. Isso foi identificado em um campo realizado no passado, os pesquisadores voltaram a essa caverna para confirmar a presença desse fungo. Essas cavernas, apesar de não terem uso turístico, tem uso pedagógico. Por isso, será preciso restringir o acesso na parte onde os fungos foram encontrados, não foi na caverna toda, mas é preciso restringir esse acesso até que essa informação seja novamente confirmada”, explicou o analista ambiental.
Segundo Diego, a Fundação Casa de Cultura de Marabá continuará realizando expedições, pois o projeto deles prevê o desenvolvimento do Plano de Manejo Espeleológico como um todo, a parte de fungos é apenas uma etapa dos estudos de meio biótico.
Além de Diego Bento, participaram da expedição servidores do NGI Carajás, três pesquisadoras da UFPE, Joenny Lima, Emily Fonseca e Vitória Alves e quatro pesquisadores da Fundação Casa de Cultura de Carajás, Pablo José Leite dos Santos, Márgia Carvalho de Souza, Maria de Jesus Santos Almeida e Maria Betânia Fonseca Furtado.