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Educação ambiental: Universidade Federal de Lavras desenvolve publicações sobre espécies subterrâneas
Diante dos inúmeros desafios que a sociedade vem enfrentando em decorrência das mudanças climáticas, a educação ambiental passa a ser um pilar cada vez mais importante para a conscientização sobre a conservação da biodiversidade. Nesse contexto, pesquisadores, professores e instituições públicas e privadas vêm desenvolvendo trabalhos para ampliar o aprendizado sobre meio ambiente e sustentabilidade. Para agregar esforços a essa causa, a Universidade Federal de Lavras (MG), por meio do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea, desenvolveu o gibi “A Vida nas Cavernas” voltado para o público infantil e alunos do Fundamental I e II. A instituição também foi responsável por produzir a apostila “Uma jornada pela vida nas cavernas paranaenses”, direcionada para jovens e adultos do ensino médio e superior.
De acordo com um estudo de 2021 realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), embora 95% dos professores de ensino fundamental e médio entrevistados acreditem que o ensino da mudança climática é importante, menos de 30% têm recursos suficientes para ensiná-lo. Além disso, 70% dos jovens afirmaram ter dificuldades para explicar o que é mudança climática. Para contornar essa problemática, iniciativas voltadas para o ensino sobre meio ambiente se tornam fundamentais.
“A vida nas cavernas” conta a história de alguns animais subterrâneos e descreve suas características e principais ameaças, já a cartilha “Uma jornada pela vida nas cavernas paranaenses” foi criada a partir de imagens produzidas por Inteligência Artificial e fotografias e convida os leitores a uma aventura subterrânea de exploração e descoberta das espécies que vivem no interior das cavernas.
A relação entre as cavernas e as mudanças climáticas
Entre os diversos pesquisadores parceiros do ICMBio/Cecav está Giselle Utilda. Entre seus trabalhos realizados, ela tem buscado entender como as mudanças do clima podem causar impactos irreversíveis ao meio ambiente, assim como definir estratégias em relação à definição de áreas prioritárias para conservação e restauração ambiental. Essas ações vêm sendo desenvolvidas a partir dos resultados de estudos paleoclimáticos e paleoambientais realizados em cavernas pela pesquisadora. Seu trabalho tem sido descrever as mudanças de chuva ao longo dos últimos milênios no norte da região nordeste, conhecida atualmente por ciclos severos de secas, e como essas mudanças de chuvas impactaram o ambiente e sua dinâmica ao longo do tempo.
Projeto é apoiado pelo ICMBio/Cecav
As publicações fazem parte do projeto “Influência de fatores ambientais em distintas escalas na composição e riqueza de invertebrados cavernícolas na Mata Atlântica”, que contou com apoio financeiro do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, por meio de um Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica firmado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Margem Mineração.
Esse trabalho buscou compreender a influência de elementos físicos, tróficos e microclimáticos sobre a composição e riqueza da fauna de invertebrados terrestres em cavernas na Mata Atlântica do estado do Paraná. A importância biológica dos locais e as alterações antrópicas identificadas nas cavernas e seu entorno foram aspectos considerados para elencar cavernas prioritárias para serem alvos de ações de conservação.