Gripe Aviária
A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade - IAAP, conhecida popularmente como gripe aviária, é uma doença infecciosa causada pelo vírus Alphainfluenzavirus influenzae. O surto atual de IAAP, que chegou ao Brasil em maio último, é causado pelo subtipo de vírus Influenza A(H5N1), que sobrevive bem em ambientes úmidos ou com matéria orgânica como guano. É uma doença de notificação obrigatória tanto nos animais quanto em humanos. Há um sério risco associado à disseminação da doença, tanto para as aves silvestres quanto para a produção avícola do país. Em outros países da América do Sul, populações de mamíferos marinhos também foram severamente afetadas pela IAAP. Embora sejam eventos raros, a transmissão para humanos é possível e as consequências para a pessoa contaminada podem ser bastante sérias.
Tendo em vista o potencial impacto da doença à biodiversidade, à economia e à saúde humana, ações de prevenção e enfrentamento de eventuais focos de IAAP são de extrema relevância. Você que está em campo ou que trabalha em centros de triagem de animais silvestres, em qualquer lugar do Brasil, atente para os sinais sugestivos de gripe aviária, tanto nas aves silvestres quanto nas aves de criação de subsistência nas comunidades e assentamentos humanos. Qualquer evidência de aves com sinais sugestivos de gripe aviária ou casos de mortalidade inexplicável devem ser notificados ao Serviço Veterinário Oficial local. A comunicação também pode ser feita via Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias - e-Sisbravet. Caso o fato ocorra dentro de uma unidade de conservação federal, recomenda-se que um membro da equipe da unidade seja alertado, para que o gestor da área possa tomar as medidas necessárias para acompanhamento e redução do risco de contaminação.
Jamais toque em animais mortos ou doentes! Avise as autoridades para que estas tomem as providências.
Você pode ficar melhor informado assistindo aos vídeos para turistas de natureza, para pequenos criadores e para comunidades em áreas naturais ou em Unidades de Conservação Federais:
Pesquisadores que manipulam animais em áreas de concentração de aves aquáticas devem utilizar adequadamente equipamento de proteção individual (EPI) completo, recomendado para pessoas expostas a risco de contaminação por IAAP. Já aqueles que manipulam aves em outros ambientes, devem usar o EPI mínimo: máscaras e luvas descartáveis, devendo estas últimas ser trocadas a cada animal manipulado. Mais informações sobre boas práticas de campo para pesquisadores podem ser encontradas aqui.
A atividade de observação de aves é benéfica à biodiversidade e à vigilância de ocorrências anormais durante esta emergência zoossanitária, desde que as boas práticas sejam seguidas atentamente.
Em outubro de 2023, foram registrados os primeiros casos de gripe aviária em mamíferos marinhos no Brasil. Estes animais vêm experimentando grandes perdas populacionais devido a essa doença e podem estar em grave sofrimento quando chegam às praias. Mesmo debilitados, eles podem ser muito reativos e, por serem grandes, existe o risco de ferirem pessoas e animais domésticos. Caso encontre um lobo-marinho ou leão-marinho na praia, morto ou doente, não se aproxime e, caso esteja com seu animal de estimação, mantenha-o distante. Informe as autoridades locais (equipes de unidades de conservação ou o Serviço Veterinário Oficial - no Rio Grande do Sul, pode-se usar o número 51 98445 2033). Não moleste o animal e não se arrisque tentando ajudá-lo.
Para auxiliar as autoridades locais nas tomadas de decisão, no contexto do enfrentamento da gripe aviária, em casos de ocorrência de mamíferos marinhos em praias, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos - CMA preparou o protocolo Orientações Técnicas para a Vigilância e Enfrentamento da Influenza Aviária em Mamíferos Aquáticos em Unidades de Conservação Federais.
Acompanhe a ocorrência da doença nas unidades de conservação federais e nas espécies da fauna brasileira pelos Informes Epidemiológicos do ICMBio.
Mais informações podem ser obtidas na Cartilha preparada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária ou clicando aqui. Em caso de dúvidas, contate o CEMAVE: cemave.sede@icmbio.gov.br / 83 3245 5001.