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Diretor do Ibict defende integridade informacional no combate à desinformação no II ERCIM e I FIERCI
Durante o II Encontro de Revistas em Ciência da Informação do Mercosul (ERCIM) e o I Fórum Internacional de Editores de Revistas Científicas (FIERCI), que estão ocorrendo ao longo desta semana, o Diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Tiago Emmanuel Nunes Braga, apresentou ontem uma palestra sobre os desafios da desinformação e o papel da integridade informacional. O evento, mediado por Henry Pôncio Cruz, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação (ANCIB), abordou estratégias para enfrentar as fake news e fortalecer a confiança na informação científica.
Braga alertou sobre os desafios trazidos pela era digital, mencionando a evolução das fake news e o impacto negativo na sociedade. Segundo ele, a disseminação da desinformação é uma ameaça crescente, alimentada por "profissionais da desinformação", a quem se referiu como "fakers". Esses indivíduos operam em dois níveis: os "fakers de atacado", responsáveis por elaborar estratégias amplas de desinformação, e os "fakers de varejo", que disseminam essas informações em redes sociais e aplicativos de mensagens.
"A desinformação é construída de forma estratégica, usando técnicas de segmentação para atingir diferentes públicos de maneira específica, seja um cientista, um professor ou até um médico em regiões remotas", destacou Braga, ao explicar o uso de plataformas digitais para amplificar essas narrativas falsas.
Braga também comentou sobre o conceito de "small world", que originalmente se referia a pequenos círculos de confiança, mas que, com as redes sociais, foi ampliado para grupos virtuais gigantescos. "Essa nova dinâmica facilita a proximidade entre os disseminadores de desinformação e grandes grupos de pessoas, aumentando a escala do impacto", acrescentou.
Durante a palestra, o Diretor do IBICT apresentou iniciativas da Rede Minerva, projeto que visa combater a desinformação e promover a integridade da informação no Brasil. Braga destacou os projetos em desenvolvimento, como Baobá, DNA e Poliedro da Ciência, além de iniciativas já estabelecidas, como o Canal Ciência e o portal Oasisbr, que oferecem acesso a dados e publicações científicas de forma aberta e confiável.
"Nosso objetivo é desenvolver infraestruturas informacionais que assegurem à sociedade pontos confiáveis de validação de informações, minimizando os danos causados pela desinformação", concluiu Braga.
O evento, que reúne editores científicos e pesquisadores, segue com sua programação até sexta-feira (13), com mesas redondas e debates sobre as melhores práticas editoriais e políticas de publicação científica, na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), na Universidade de Brasília (UnB).