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Ibict lança Minerva: rede de pesquisa para promoção da integridade da informação
A valorização da ciência como instrumento fundamental para enfrentar desafios atuais sobre integridade da informação é um dos objetivos da rede Minerva de pesquisa, lançada em 30 de abril, no evento paralelo do G20 "Integridade da Informação e Confiança no Ambiente Digital", em São Paulo. Idealizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), a Rede Minerva amplia o espaço de debate na perspectiva científica e dá suporte a ações voltadas para a integridade da informação e o combate à desinformação.
Atualmente, a rede é composta por três projetos. Dois deles têm como objetivo acompanhar debates públicos digitais para identificar a ocorrência da desinformação e propor soluções a problemas. O DNA (Painel Informacional online de detecção de narrativas antivacina), em parceria com o Ministério da Saúde, é relacionado à disseminação de informações falsas sobre vacinação, seguida da criação de estratégias em serviços de informação úteis para a sociedade. Já na iniciativa de pesquisa financiada pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos, o acompanhamento será sobre temas relacionados às políticas públicas, em geral, e aos direitos difusos, em particular.
Além desses, com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Ibict compõe o Poliedro, para incentivar o desenvolvimento de projetos de pesquisa sobre integridade da informação e combate à desinformação. Além disso, formará profissionais habilitados para lidar com o tema. Tiago Braga, diretor do Ibict, destaca que a parceria “possibilita entender como o ecossistema da desinformação atua”.
Desafios contemporâneos
O custo da desinformação e da propagação de notícias falsas é alarmante, atingindo até US$ 78 bilhões de dólares e provocando danos que vão desde ameaças à saúde pública até o enfraquecimento do estado democrático. O negacionismo climático, alimentado por informações deturpadas, dificulta a capacidade de intervenção e resposta a desastres ambientais, como os recentes ocorridos no Rio Grande do Sul, que resultaram em perdas irreparáveis de vidas e devastação de cidades.
Da mesma forma, o movimento antivax, intensificado durante a pandemia de COVID-19, trouxe consequências graves, como a ressurgência de doenças que haviam sido erradicadas, como o sarampo. A disseminação de informações falsas alimenta o receio de vacinação e compromete a eficácia das campanhas de imunização, colocando em risco a saúde pública.
Projetos da rede para promover a integridade da informação
A Rede Minerva propõe três projetos principais para enfrentar os desafios impostos pela desinformação:
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Plataforma Multidisciplinar de Escuta Social Digital, Combate à Desinformação e Promoção aos Direitos Difusos: financiado pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, esse projeto acompanhará discussões em redes sociais sobre assuntos relacionados às políticas públicas e aos direitos difusos, avaliando o impacto da desinformação no ambiente digital.
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DNA: Painel Informacional online de detecção de narrativas antivacina: financiado pelo Ministério da Saúde, esse projeto acompanhará debates sobre vacinação em redes sociais, oferecendo estratégias de pesquisa e capacitando profissionais de saúde para lidar com a desinformação.
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Poliedro: iniciativa articulada entre o Ibict com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para enfrentar o problema da desinformação e seus impactos na ciência. Esse projeto busca incentivar o desenvolvimento de projetos e formar uma inteligência pública estratégica que promova a integridade da informação no desenvolvimento do país.