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Ibict e Iphan promovem evento de encerramento do projeto 'Memória em Rede'
No dia 19 de julho, aconteceu o evento de encerramento do projeto Memória em Rede, uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), cujo objetivo foi melhorar a eficiência da organização dos acervos documentais do Iphan referentes aos mapeamentos culturais, bens registrados e projetos do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) já realizados, promovendo também sua difusão à sociedade. Tal objetivo está ligado ao Repositório Digital existente, inicialmente desenvolvido como resultado de pesquisa com a tecnologia Tainacan, software nacional e livre desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência de Redes da Universidade de Brasília, com apoio da Universidade Federal de Goiás, do Ibict e do Instituto Brasileiro de Museus.
Durante a cerimônia de abertura do evento, o diretor do Ibict, Tiago Braga, destacou o trabalho do coordenador de Tecnologias para Informação do Ibict (COTEC), Milton Shintaku, e salientou que o 'Memória em Rede' é um projeto de parceria. "Essa construção conjunta sinaliza um modelo de parceria público-público que começou na gestão da ex-diretora e atual coordenadora-geral do Ibict, Cecília Leite, em que as instituições públicas se apoiam para que juntas possam atingir seus objetivos estratégicos e, ao mesmo tempo, colaborar com o avanço do país na compreensão deste grande ecossistema da informação".
Para a coordenadora-geral de identificação e registro do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, Diana Dianovsky, o encerramento do projeto é também uma abertura de novos caminhos. "Tentamos de diversas maneiras construir repositórios digitais para nossos acervos e foi no diálogo com o Ibict que encontramos um parceiro que nos auxiliou a construir esses repositórios e aprender a pensar nossos acervos de uma outra forma".
Os coordenadores do projeto, Milton Shintaku (Ibict) e Pedro Clerot (Iphan), falaram da importância da conexão entre informação científica, tecnológica e cultural. Segundo Milton Shintaku, a realização do projeto foi um ganho muito grande para o Ibict, "cuja atuação em informação científica e tecnológica já é solidificada". Para ele, trabalhar com informação cultural foi uma experiência nova. "A cultura só existe dentro de um contexto social e é um organismo vivo sujeito tanto à evolução, como também a ameaças. Pensar na identificação e no registro é algo que tem a ver com memória, mas também com soberania".
De acordo com o coordenador de identificação do DPI/Iphan, Pedro Clerot, um dos pontos altos da parceria foi "a possibilidade de transformar os dados e registros em informações organizadas, viáveis e compreensíveis que façam sentido para as pessoas, não apenas para aquelas envolvidas no projeto”. Em seguida, os pesquisadores Daniele do Carmo, Gustavo Cardoso Paiva, Mateus Machado Luna e Thayane Morais de Alencar apresentaram os resultados do projeto, destacando a importância dos inventários e seus conceitos básicos e apresentando a estrutura do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), do Repositório dos Bens Culturais Registrados (BCR) e do Tainacan.
Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) - Criado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como instrumento de identificação do patrimônio cultural brasileiro e concebido no ano 2000. Duas décadas depois e por meio de processos avaliativos, o INRC foi reformulado, tendo seus formulários e campos aprimorados. Para iniciar o processo de transformação do INRC a partir das novas tecnologias digitais e das indicações do GT-INRC, o Iphan encontrou no Ibict e no projeto Tainacan os parceiros ideais. Considerada uma iniciativa para inovação e governo digital, a plataforma poderá ser utilizada por prefeituras, governos estaduais, organizações não governamentais e, principalmente, pelas próprias comunidades detentoras das referências culturais nos mais diversos territórios do País. Nesse formato, o INRC facilita a identificação de universos culturais, além de se tornar um repositório de conhecimento para toda a sociedade.
Repositório dos Bens Culturais Registrados (BCR) - De forma a criar um instrumento adequado ao reconhecimento e à preservação de bens culturais imateriais, o governo brasileiro promulgou o Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), executado pelo Iphan. Conforme o que determina o Art 6º do Decreto, é assegurado ao bem registrado "I - documentação por todos os meios técnicos admitidos, cabendo ao Iphan manter banco de dados com o material produzido durante a instrução do processo". O repositório criado por meio da parceria entre o Iphan e o Ibict cumpre essa obrigação do Iphan ao garantir acesso direto, completo e fácil a toda a documentação produzida nos processos de reconhecimento desses bens culturais.
Tainacan - Solução tecnológica para a criação de coleções digitais na Internet. Pensado para atender a realidade das instituições culturais, ele é um software gratuito, que permite a gestão e a publicação de acervos digitais de forma fácil e intuitiva. Pode ser utilizado para o desenvolvimento de repositórios e bibliotecas digitais, bem como ações de comunicação, exposições e de difusão de acervos digitais. O Tainacan contribui para a preservação, e comunicação da produção cultural na Internet, por meio da gestão e compartilhamento de acervos. Além de catalogar, organizar, armazenar e compartilhar informações, ele se adapta às necessidades do usuário, permitindo que você configure e personalize suas coleções. Para isso, ele oferece uma série de recursos customizáveis, como a criação de coleções, metadados, itens, filtros e muitos outros.