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Artigo apresenta primeiros resultados da pesquisa que mapeia revistas suspeitas de cometerem práticas editoriais predatórias
Foi publicado nos Anais do ABEC Meeting 2023 o artigo intitulado “Mapeamento de revistas brasileiras com práticas editoriais predatórias”, de autoria dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: Denise Andrade, Fhillipe Campos, Juliana Sousa, Raphael Vilas Boas, Priscila Sena, Washington Segundo e Bianca Amaro.
Os Anais reúnem os trabalhos apresentados no ABEC Meeting 2023, o maior evento de editoria científica do Brasil. Realizado pela Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC Brasil), o evento ocorreu entre os dias 21 a 23 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR), e contou com a presença de centenas de profissionais da área de editoria científica do país, além de palestrantes de outras partes do mundo.
O trabalho aborda uma pesquisa do Ibict para que a comunidade científica ajude no mapeamento de revistas que adotam práticas editoriais predatórias. Tais práticas são assim classificadas pela literatura científica que estuda o assunto, as quais serviram de fundamentação teórica para o artigo publicado.
De acordo com os pesquisadores, existem iniciativas que se valem do Movimento de Acesso Aberto para subverter a lógica da comunicação científica, tendo por interesse precípuo a obtenção de lucros financeiros. Tais ações são executadas por revistas denominadas predatórias, termo que vem sendo cada vez mais estudado e conhecido pelos pesquisadores mundo afora.
O objetivo do trabalho consistiu em mapear revistas brasileiras que executam práticas editoriais caracterizadas como predatórias, a partir da perspectiva dos próprios pesquisadores e pesquisadoras brasileiras. De natureza descritiva e procedimento exploratório, analisou-se de forma quantitativa os dados obtidos de 4.793 respostas, sendo 2.229 respostas via e-mail e 2.564 respostas via formulário. Dessas, 66 revistas são brasileiras identificadas em 478 denúncias.
“Este é o primeiro resultado de uma ampla pesquisa que o Ibict lançou no final de agosto de 2023. Naquele momento, foi feito um convite aos pesquisadores e editores científicos brasileiros para que nos encaminhassem emails de revistas por eles consideradas predatórias, de acordo com os critérios apontados pela literatura científica que estuda o assunto. De lá até aqui, recebemos milhares de mensagens destes pesquisadores, e temos trabalhado arduamente em cima desses dados para fazer uma curadoria correta e assim disponibilizar resultados mais robustos. O artigo publicado nos Anais do ABEC Meeting 2023 traz resultados preliminares com um recorte pequeno da pesquisa, e certamente não representam a pesquisa como um todo, que demanda um pouco mais de tempo para ser finalizada”, afirmam os autores.
Os autores apontam também que a participação ativa dos pesquisadores está sendo de fundamental importância para o sucesso da pesquisa: “Quando lançamos a pesquisa, não tínhamos dimensão do nível de adesão dos pesquisadores. Hoje, nós temos, ao todo, cerca de 7.000 e-mails e mais de 5.000 respostas ao formulário. Esses números reforçam que práticas editoriais predatórias causam extremo desconforto aos pesquisadores, que necessitam de veículos íntegros para comunicar os resultados de seus avanços científicos. Nesta direção, o Ibict lançou o Diretório das revistas científicas eletrônicas brasileiras (Miguilim), que oferece à comunidade científica a maior coleção de revistas científicas do país, com um alto nível de especificação de suas características”.
Para ler o artigo, acesse: https://doi.org/10.21452/abecmeeting2023.196