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Conferência debate Acesso Aberto, Ciência Aberta e o Ecossistema Brasileiro de Pesquisa Científica
Nesta última quarta-feira (18), a conferência livre “Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação”, organizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), realizou a mesa “Acesso Aberto, Ciência Aberta e o Ecossistema Brasileiro de Pesquisa Científica”. O debate buscou promover uma reflexão sobre alguns pontos críticos em relação à Ciência Aberta e o tema da avaliação da ciência no Brasil.
Participaram palestrantes que representam diversos segmentos do sistema de apoio da pesquisa científica no Brasil: Andréa Vieira (CAPES), Valdir Fernandes (UTFPR), Débora Peres Menezes (CNPq), Talita Oliveira (CAPES) e Sarita Albalgli (Ibict), com mediação de Washington Segundo (Ibict) e Paulo Barone (Ibict).
Sarita Albagli, professora do PPGCI Ibict-UFRJ, fez uma avaliação crítica sobre o atual cenário da Ciência Aberta e suas agendas. Para ela, estamos num momento de grande ebulição, mas o cenário também está mais complexo, com um número maior de atores e diversos pontos de vista acerca das dimensões científicas, tecnopolíticas, econômicas, éticas e geopolíticas. “Mais de 30 anos depois desse grande movimento de abertura do conhecimento científico e da democratização da ciência, tivemos avanços significativos, mas também marchas e contramarchas. É um cenário de grande controvérsia”.
A coordenadora-geral do Portal de Periódicos da CAPES, Andréa Vieira, fez uma palestra que abordou modelos de acesso à publicação científica, o problema das revistas predatórias e o pagamento de taxas de processamento de artigos (APC). Entre os pontos de atenção, ela cita pontos como o custo de financiamento de assinaturas de periódicos, transparência, licenças e direitos autorais e infraestrutura tecnológica. Também foi apresentada a experiência do Portal da CAPES, que alcançou mais de 250 milhões de acessos e as iniciativas para o Acesso Aberto.
Débora Peres, do CNPq, apresentou as iniciativas e sistemas de informação da instituição e apresentou como os dados sobre os pesquisadores e Chamadas são estruturados. Além disso, apresentou o histórico da abertura de publicações científicas e alguns desafios atuais do cenário, como as revistas predatórias, questões éticas e o uso de inteligência artificial.
Talita Oliveira, também da CAPES, complementou a apresentação e realizou a palestra “O processo de Avaliação da Ciência e o Ecossistema de Pesquisa e Pós-graduação”. “A avaliação feita pela CAPES é um processo realizado para medir a qualidade, mas também medir a formação dos alunos e subsidiar políticas públicas”, diz a especialista. A análise dos Programas de Pós-Graduação é feita em ciclos de quatro anos e analisa instrumentos como fichas de avaliação, certificação de produções, destaque e análise qualitativa e indicadores.
Por fim, Valdi Fernandes (UTFPR) refletiu sobre os caminhos da produção científica da Pós-graduação. Segundo o professor, uma pergunta fundamental que deve ser feita é “Por que e onde publicar?”. A publicação é a última etapa da produção de conhecimento e serve para compartilhar a pesquisa, no entanto, é preciso fazer algumas reflexões sobre o volume de artigos publicados e qual comunidade o pesquisador deve dialogar. “A publicação se tornou um fim na nossa comunidade, mas não é usada para a finalidade ontológica, mas sim para as carreiras, bolsas, concursos. Entramos na roda viva do publicar ou perecer”, diz Fernandes.
A transmissão da mesa está disponível na íntegra no Canal do Ibict no Youtube. Clique aqui para assistir.