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Ibict lança Guia prático do português simplificado para documentos acessíveis
Como a simplificação do português utilizado em documentos governamentais pode ajudar na acessibilidade à informação? Para responder a essa pergunta, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) elaboraram o “Guia prático do português simplificado para documentos acessíveis”, publicação que busca orientar sobre como criar ou converter textos em linguagem simplificada com o uso do português facilitado.
O guia foi criado no âmbito do Projeto de Pesquisa intitulado “Ecossistema de Informação Governamental”, desenvolvido pela Coordenação de Tecnologias para Informação (Cotec) do Ibict, com o intuito de oferecer modelos para criar ou converter documentos, prioritariamente governamentais, a orientações para acessibilidade. Com o amplo acesso do cidadão ao conteúdo de documentos governamentais, deve-se ter a preocupação de atendimento ao público-alvo do documento para que se tenha maior efetividade na mensagem.
Segundo Milton Shintaku, coordenador da Cotec, o Projeto de Pesquisa voltado à acessibilidade de documentos governamentais verificou que grande parte das orientações de acessibilidade nos sistemas de informação governamentais centra-se na interface. Entretanto, a maioria dos conteúdos ainda pode apresentar certas barreiras para os usuários que necessitam de funcionalidades relacionadas à acessibilidade. Da mesma forma, parte das orientações de acessibilidade são voltadas para problemas de visão, nem sempre atendendo a outras necessidades.
“Nesse contexto, o projeto tem a finalidade de realizar estudos sobre acessibilidade do conteúdo digital em sistemas de informação, em particular, daqueles produzidos pelo governo. Neste caso, parte das informações governamentais estão expressas em forma textual escrita, em muitos casos na chamada língua culta, muitas vezes não acessível a parte da população”, explica Shintaku.
O estudo partiu da ideia de um modelo de simplificação da língua para outros idiomas, como no inglês simplificado Plain English, amplamente fomentado no ensino dessa língua como idioma estrangeiro. No entanto, esse modelo ainda não tinha sido feito na língua portuguesa. “Na língua portuguesa, em muitos casos, há certo enaltecimento da erudição e tecnicidade, que pode levar a barreiras na comunicação por pessoas com baixa escolaridade, criando exclusões informacionais. Assim, as orientações apresentadas neste guia podem ajudar na criação de textos mais simples, dando acesso ao conteúdo para uma audiência maior”, ressalta Shintaku.
O guia é um primeiro passo para auxiliar os produtores de conteúdo escrito, ou mesmo falado, na criação de uma comunicação mais acessível. Assim, os autores deste guia esperam contribuir com a discussão sobre acessibilidade à informação e fomentar o acesso à informação para usuários com pouca ou nenhuma escolaridade, que possuem dificuldades no entendimento da informação apresentada de forma elaborada e com certa complexidade.
Clique aqui para baixar gratuitamente o Guia.