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Confira como foi o 3.º Seminário Latino-Americano de Políticas Públicas para Inclusão Digital
Nos dias 18 e 19 de julho foi realizada a terceira sessão do “Seminário Latino-Americano de Políticas Públicas para Inclusão Digital”, evento promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), o Instituto Lula e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em parceria com a Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) e Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI).
Com o tema “Desenvolvimento industrial e sustentabilidade ambiental e social”, o seminário debateu temas transversais à políticas públicas de inclusão digital e contou com a presença de especialistas que apresentaram o panorama de 11 países latino-americanos, entre eles: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, México, Peru, Panamá e Uruguai.
Para Tiago Braga, diretor do Ibict, a participação dos parceiros do evento aprofunda a temática e amplia a integração da América Latina. “Esse aprofundamento busca evidenciar políticas de governos, mas sabemos que existe a necessidade de avançar e manter as estruturas ambientais, econômicas e sociais capazes de sustentar a sociedade nos próximos anos. Acreditamos muito que isso só será possível por meio do acesso à informação e da apropriação de tecnologia como matéria-prima para o desenvolvimento nacional. Essa transformação só é possível através da transformação de pessas".
O primeiro dia do seminário contou com a palestra de abertura do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, que abordou a ciência como agente de transformação social. Atualmente, o neurocientista é professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e estuda como integrar o cérebro humano a máquinas, com pesquisas que desenvolvem próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal.
Durante a palestra, Nicolelis apresentou a sua visão sobre o fazer da ciência. Para ele, a ciência deve ser voltada para resolver problemas da sociedade. “Para que a ciência possa ser um agente de transformação social, primeiro precisamos ter a utopia, o sonho. Você tem que criar um vírus informacional que infecta outras mentes, que passam a acreditar que é possível essa loucura, de criar algo que não existe”, diz o cientista, ao abordar a trajetória de sua pesquisa no campo da neurofisiologia e o impacto social das atividades de seu instituto.
Ao longo dos dois dias de seminário, os representantes dos 11 países participantes apresentaram iniciativas e o panorama local de políticas públicas, debatendo temas como Semicondutores, Indústria 4.0, Parques Tecnológicos, Economia Digital, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Software Livre, Conectividade e Políticas de Desenvolvimento Nacional.
Ciclo de Seminários e Observatório
O ciclo de seminários é composto por quatro encontros que têm como principais objetivos conhecer a realidade de cada um dos países que integram a América Latina, o compartilhamento de informações e o fomento da cooperação entre as instâncias decisórias acerca do tema.
O quarto seminário, marcado para 22 e 23 de agosto, será no formato presencial, em Brasília (DF), com o título: "Observatório informacional latino-americano para o desenvolvimento digital sustentável", que vai debater o desenvolvimento de uma plataforma na internet. O observatório tem como objetivo tornar-se uma ferramenta por meio da qual o Brasil e os países da América Latina poderão manter estreito relacionamento, trocar informações e conhecimentos, além de fortalecer capacidades da região em relação ao tema.
A palestra de Miguel Nicolelis pode ser assistida na íntegra, neste link.